AVARIAS: Três pequenos pontos

Por esta vez – sem exemplo – vou-me armar em provedor do leitor, tudo em consequência da minha inferior prestação no anterior Avarias. Involuntariamente ou não (comi um iogurte fora de prazo e apanhei uma corrente de ar; estava combalido), confundi nomes e apelidos dos jogadores de futebol. O que eu queria dizer (queria mas não disse), era que independentemente de serem nomes próprios ou apelidos, os jogadores de futebol (exeptuando o caso dos estrangeiros com nomes difíceis. Por exemplo os futebolistas polacos necessitam de, no mínimo cinquenta horas de formação, só para pronunciar um nome, dois, um mestrado de Bolonha), não mais serão conhecidos por apenas um nome. E, se algum deles, por um grande galo, for conhecido enquanto jogador por apenas um (como o visado Silas), logo alguém – a televisão – avisado acrescentará Jorge, para perfazer com Silas a figura do treinador: o que subiu um degrau na escala social do futebol. Anote-se, a benefício do inventário.
Penso que será na SIC, (atenção provedor do leitor para estas imprecisões e dúvidas) que um senhor, salvo erro de nome Lourenço Medeiros, promove (semanalmente?, quando calha?), pequenos apontamentos, passados durante os noticiários, e que versam sobre a evolução tecnológica que aí virá. Acho bem, se existem programas sobre automóveis, tipos que colocam relógios no prego e pessoas que ficam presos num aeroporto qualquer por posse de droga, por que não ver os drones do futuro, os robôs que nos descascam bananas para podermos estar a almoçar com o telemóvel na mão? O que não vejo nem ouço (talvez por que essa não seja a ideia do programa) é uma palavra, só uma palavrinha sobre um problema que pode advir da utilização excessiva (digo eu) de automóveis e camiões sem condutor, só para lhes citar um exemplo. Para todos os inventos põe o sr. Medeiros a sua cara vinte e cinco, um sorriso aberto e fé inabalável na técnica. Não me vejam como um ludista (versão mansa. Atenção provedor do leitor para a utilização de palavras duvidosas), sei que não devemos duvidar do futuro, seja ele mau ou bom, mas não custava nada pôr, só de vez em quando, um grãozinho na engrenagem. E se duvidam do que escrevo, dou-lhes só um lamiré: gostava de ver a cara do sr. Medeiros se um dia lhe dissessem que tinha sido descontinuado, na condução do seu apontamento de reportagem sobre o futuro da tecnologia, substituído por um robô, produzido e criado no Vietnam.
Acabo de ver a notícia de quatro portugueses que se propõem, a partir do próximo mês de Julho, fazer uma viagem até ao interior da Rússia, num carro pouco fiável (porquê?), numa missão que envolve ajuda humanitária (a quem?). À parte três deles serem professores de Geografia (atenção provedor do leitor, acaso estaremos a ser juízes em causa própria?), a ideia com que fiquei, era que queriam passear sem arcar com os custos e para isso organizaram um peditório. Alguns peditórios modernos dispensam aborrecimentos como andar na rua a trocar coelhinhos de peluche por cinco euros. A pedincha moderna é feita via net e adopta a designação de crowdfunding, o que torna tudo mais inclusivo e dá um grande sainete cultural. Aposto que se não conseguirem um carro pouco fiável, vão em automóvel alugado à Uber a expensas de uns otários. Nunca num possidónio táxi.

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