Avarias: Uma hora nas nossas vidas

Entrou o Outono e há um problema com o regresso a casa, por causa do fresco da manhã que se vai tornando em frio da manhã, e os dias mais curtos. Parece que ainda estamos a recuperar do confinamento da Primavera e vamos de cabeça para outro mesmo que em versão light. As notícias na TV são um déjà vu pela ordem que passo a citar e só para vos dar um exemplo: início do noticiário com a primeira notícia; autoria de cientistas da universidade de Coimbra, existe um novo método português para matar o vírus (o novo. O velho está de quarentena) no nariz – verdade. Penso, sabendo que é tudo imaginação minha, que o invento será uma lima para as unhas. É no momento em que se tiram macacos, que o vírus (o novo) está mais exposto e nessa altura (por exemplo quando estamos parados no trânsito à espera que abra o semáforo), há que o cercar a fim de ser capturado. E, todos sabemos (ou deveríamos saber) que uma unha limada com mestria é muito mais capaz de o fazer – mentira.

Depois chegam os números e a inevitável DGS, médicos e cientistas, todos cheios de respostas para as questões da transmissão do vírus; a dois metros a cinco com vento, a sete, com vento contra, para as reinfecções. Em ambientes húmidos, sobre metal, madeira e relva. Tudo certezas inabaláveis que, em parte, serão demolidas por notícias do dia seguinte. Postas as coisas neste específico pé sigamos em frente: aí vem o resto do mundo com os inevitáveis Estados Unidos à cabeça dos contágios, mais a Espanha (uma boa rivalidadezinha ainda vale alguma coisa), a França, a Inglaterra (amor com amor se paga), e o Brasil, porque ainda somos família. Seguem as secções “contágios em lares” (que pode subir a abertura de noticiário se se tratar de um lar da misericórdia no Alentejo) e as “perspectivas sobre a demora da vacina”. De seguida, intervalo nas doenças e introdução à política com novas novidades (não me lembro de quem dizia isto, mas não era eu…) sobre a “bazuca da união europeia” e respectivas capelas dos que não querem ficar para trás na hora da verdade. Há muito automóvel para comprar, férias para gozar e um mercado imobiliário em expansão, façamos nós suficientes centrais de compostagem, como quer António Costa Silva. Depois vem a secção (sexo grande, como dizia um brasileiro de bom humor) “as eleições presidenciais estão no papo” e mais uma ou outra notícia para compor o ramalhete e fazer tempo. Agora que acabou (bater na madeira três vezes) a época dos fogos, tem que se arranjar qualquer coisa para encher até entrar a informação desportiva. Nos tempos que correm (e infelizmente correrá o ano inteiro, bater, outra vez, três vezes) a notícia é a escola, com as turmas que vão e irão para casa, mais os dois centímetros de distância entre braços de alunos que estão sentados na mesma carteira. Verão os encarregados de educação os seus filhos, que no recreio andam às cavalitas dos colegas? Se empurram e namoram?

Chegámos ao desporto, o Fêcêpê, o Benfica e o Sporting estão despachados e só falta um apontamento de reportagem com piada – um panda a andar de skate, e se for na RTP, José Rodrigues dos Santos a piscar o olho. Vão em paz.

Fernando Proença

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