Banco de Portugal diz que CGD, BCP e BPI têm “níveis de capitalização adequados”

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O Banco de Portugal (BdP) diz que os resultados dos testes de stresse à banca portuguesa, com base na análise à qualidade dos ativos dos bancos (AQR) e no cenário “base”, “permitem verificar a resiliência dos bancos portugueses abrangidos pelo exercício e demonstram que têm níveis de capitalização adequados”.

“Em ambos os casos (AQR e cenário base) todos os bancos registam rácios de capital superiores ao valor de referência de 8%”, afirma o supervisor. Dos três bancos analisados – CGD, BCP e BPI – o BPI foi o que teve o melhor resultado.

Já no que diz respeito ao cenário adverso, em que o BCP chumbou, o BdP refere que “no cenário adverso do teste de esforço, de improvável ocorrência, o rácio CET1 projetado para o BCP para dezembro 2016 fica aquém do valor de referência de 5,5%, tendo já a instituição identificado um conjunto de medidas para cobrir integralmente a diferença apurada”.

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O BdP assegura que “estas medidas serão agora incorporadas no plano de capitalização a apresentar ao Banco Central Europeu tal como previsto”.

E explica que “o cenário adverso do teste de esforço é particularmente gravoso, dado que o ponto de partida do exercício (dezembro de 2013) era muito desfavorável em resultado do desempenho negativo da economia portuguesa no passado recente. Acresce, no caso específico do BCP, o facto do teste de esforço “não ter permitido captar a globalidade da trajetória positiva decorrente da implementação do plano de reestruturação negociado com a Comissão Europeia, nem tomar em consideração medidas que o banco poderia adotar caso o cenário adverso se materializasse efetivamente”.

O BCP já fez saber que não necessitará de aumentar novamente o capital nem de avançar com a venda forçada de ativos. Isto porque após a data em que o BCE analisa as contas dos bancos , 31 de dezembro de 2013, o banco liderado por Nuno Amado tomou medidas que colmatam essa necessidade no âmbito da recapitalização que colocou em marcha.

Na análise à qualidade dos ativos, o BCP teve um rácio de 10,3%, inferior em 197 pontos base ao rácio apresentado com referência a 31 de dezembro de 2013, mas superior ao limite mínimo de 8% estabelecido.

Quanto ao cenário base, o banco teve um rácio, projetado para dezembro de 2016, de 8,8%, menos 3,4 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo (8%).

No cenário adverso, o rácio projetado para dezembro de 2016 é de 3%, menos 9,3 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando aquém do valor de referência de 5,5%.

CGD e BPI passam em todas as análises

Quanto à CGD, o BdP refere que “o resultado da avaliação completa permite concluir pela resiliência deste banco”.

No que diz respeito à avaliação da qualidade dos ativos, o rácio do banco público é de 10,4%, inferior em 44 pontos base ao rácio apresentado pela CGD com referência a 31 de dezembro de 2013, mas superior ao limite mínimo de 8%.

No cenário de base, o rácio projetado pela CGD para dezembro de 2016 é de 9,4%, menos 1,5 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo definido para o cenário base do teste de esforço (8%).

No cenário adverso, o rácio projetado para dezembro de 2016 é de 6,1%, menos 4,8 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo definido para o cenário adverso do teste de esforço (5,5%).

Quanto ao BPI, o BdP refere igualmente que os resultados dos testes de stresse permitem concluir pela “resiliência deste banco em ambos os cenários”. O banco liderado por Fernando Ulrich foi o que teve melhores resultados.

Segundo o supervisor, a avaliação da qualidade dos ativos, o rácio foi de 15,2%, inferior em 12 pontos base face ao rácio apresentado pelo BPI com referência a 31 de dezembro de 2013, mas superior ao limite mínimo de 8% estabelecido.

No cenário de base, o rácio projetado para o BPI para dezembro de 2016 é de 14,9%, menos 0,4 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo (8%).

No cenário adverso, o rácio projetado para dezembro de 2016 é de 11,6%, menos 3,7 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo (5,5%).

O BdP explica que em Portugal, a avaliação abrangia, inicialmente, a Caixa Geral de Depósitos, o BPI, o BCP e o Espírito Santo Financial Group. Mas, “na sequência da medida de resolução aplicada ao BES, foi decidido excluir este banco da presente divulgação de resultados da avaliação completa, dada a impossibilidade de concluir atempadamente o exercício para o Novo Banco”.

RE

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