BE e do CDS defendem maior abrangência dos testes de resistência

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Os eurodeputados do Bloco de Esquerda e do CDS-PP, Miguel Portas e Diogo Feio, defenderam, na véspera do Ecofin sobre os critérios para os testes à banca, que o mais importante é a sua abrangência e não a frequência.

“Tão ou mais importante do que a frequência [dos testes de resistência à banca] é a elaboração dos cenários em que os testes operam”, disse à agência Lusa Miguel Portas, acrescentando que “nos últimos testes, por exemplo, não foi considerado o cenário de incumprimento ao nível da dívida pública, que é detida por grande parte da banca europeia”.

Já Diogo Feio destacou que “tudo o que for acentuar os aspetos técnicos que possam atenuar eventuais problemas no setor bancário é positivo para as pessoas e para as empresas”, defendendo que “os critérios devem ser afinados” e que isso permitirá “credibilizar estes testes”.

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Os ministros das Finanças da UE vão reunir na terça feira, no Comité Económico e Financeiro (Ecofin) da União Europeia, onde decidirão quais os critérios para os futuros ‘stress tests’ à banca, isto, já depois de o Comité de Supervisores Bancários Europeu (CSBE) ter recomendado no final de agosto que os bancos se devem submeter a novos testes de stress mais rigorosos para avaliar os seus riscos.

O CSBE coordenou recentemente os testes à solidez financeira de 91 bancos que representam 65 por cento dos ativos financeiros da União Europeia.

As novas recomendações, que vão substituir as que foram emitidas pelo CSBE em dezembro de 2006, referem que os bancos devem testar a sua capacidade para fazer face a níveis mínimos de capital durante longos períodos de instabilidade financeira, avaliar a ação conjugada de diferentes tipos de riscos e conduzir os testes de forma independente e coletiva, estendendo a análise a todas as unidades e subsidiárias.

“As presentes ‘guidelines on stress testing’ [que estiveram em consulta pública entre dezembro de 2009 e março de 2010] vieram actualizar as ‘guidelines’ publicadas em dezembro de 2006 sobre a mesma matéria, tendo por base a experiência entretanto adquirida, bem como os princípios revistos emitidos pelo Comité de Supervisão Bancária de Basileia sobre as práticas a adotar pelas instituições e os supervisores relativamente a testes de esforço”, salientou à Lusa uma fonte do setor financeiro.

“Não exageremos sobre a importância que os testes têm. Seria muito mais importante dar passos concretos para travar a capacidade inventiva usada na criação de produtos financeiros, mas não existe coragem política para, por exemplo, evitar o excesso de titularização, ou a multiplicação divina dos títulos”, defendeu Miguel Portas.

Por seu turno, Diogo Feio destacou que os testes de resistência “devem ser feitos, tecnicamente, da forma o mais adequada possível”, sublinhando que, em termos de frequência, “é necessário atingir um equilíbrio, já que não se pode passar a vida a fazer testes. Não pode haver sempre suspeitas na banca”.

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