O candidato do BE à Câmara de Faro defendeu a necessidade de uma nova forma de exercer o poder, que envolva a participação dos cidadãos, para que não seja “a cabeça de um só homem” a decidir.
“É necessário [haver] uma forma diferente de exercer o poder, ou seja, devolver o poder às pessoas, as pessoas poderem participar, poderem fazer fóruns municipais, poder haver uma provedoria do cidadão”, disse à Lusa Aníbal Coutinho.
O candidato do Bloco de Esquerda (BE) lamentou que os cidadãos não tenham sido ouvidos, muitas das vezes, nos processos de tomada de decisão, sobretudo os mais novos.
“Não podemos continuar a ter a cabeça de um só homem a pensar e a decidir”, argumentou, acrescentando que a cidade não está a ser construída tendo em vista os “próximos 10, 20, 30 anos”, apontando como problemas crónicos o acesso à habitação e ao emprego.
Para o candidato do BE, a alternância sistemática de poder entre PS e PSD não tem sido saudável para o concelho e para a cidade, que “tem perdido algum protagonismo, apesar de ser capital” de distrito.
Aníbal Coutinho considera que a cidade “não é propriamente economicamente sustentável, nem tem grande capacidade de resposta em relação ao turismo”, assim como ao nível do comércio, indústria e das pequenas e médias empresas.
“Está na altura de tentarmos que, de facto, o Bloco de Esquerda consiga participar nos destinos da autarquia”, afirmou, sublinhando que Faro “precisa de um vigor que lhe permita uma sustentabilidade de emprego, de segurança para as pessoas e de riqueza”.
Segundo o candidato, umas motivações da sua candidatura é tornar a sociedade menos egoísta e mais humanitária, assim como combater o regresso de “alguns aspetos antigos muito ultraconservadores e até algum espetro de fascismo”.
O BE tem como adversários na corrida à presidência da capital algarvia o ‘repetente’ Rogério Bacalhau (PSD) – que se candidata a um terceiro e último mandato -, o antigo vereador socialista João Marques, Catarina Marques (CDU) e Elza Cunha (PAN).
Nas eleições de 2017, a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM obteve 43,94% dos votos, alcançando maioria absoluta no executivo, com cinco vereadores. O PS obteve 38,06% dos votos (restantes quatro vereadores) e a CDU, com 7,38%, perdeu o vereador que tinha assegurado em 2013.
As eleições autárquicas realizam-se em 26 de setembro.