No próximo sábado realiza-se em Olhão o décimo Encontro Regional Autárquico do Algarve, organizado pelo Bloco de Esquerda, uma edição dedicada à Ria Formosa, na sua vertente ambiental, económica e social.
Este encontro regular de autarcas e ativista do poder local é organizado pelo Bloco de Esquerda e terá lugar no Auditório da Praceta de Agadir, a partir das 15h00, e contará com as participações de Sílvia Padinha, presidente da Associação de Moradores da Ilha da Culatra, António Terramoto, ativista pela causa ambiental, Rui Santos, professor e investigador da Universidade do Algarve, e João Vasconcelos, deputado na Assembleia da República e vereador na Câmara Municipal de Portimão.
A Ria Formosa é delimitada por um sistema de ilhas-barreira e pelas penínsulas do Ancão e de Cacela. Está inserida no Parque Natural da Ria Formosa, que é uma das mais importantes zonas húmidas de Portugal, sendo indiscutível o seu valor ambiental.
“Hoje, as medidas de proteção devem ser simultaneamente capazes de preservar o património natural e os interesses das populações residentes, sendo cada mais evidente a sua importância para a economia da região, seja através dos seus recursos naturais, pesca, aquacultura e marisqueio, seja através da dinâmica de turismo que permite. Não menos importante é a sua necessária preservação, sendo esta essencial para a natureza, para a garantia da qualidade de vida e para o rendimento das populações”, consideram os bloquistas.
O sistema lagunar do sotavento algarvio foi, em 1978, classificado como Reserva Natural, tendo posteriormente sido criado em 1987, o Parque Natural da Ria Formosa, com o objetivo de preservar, conservar e defender aquele importante património natural da região. Em 1999, o Decreto-Lei 384-B/99 conferiu à Ria Formosa o estatuto de Zona de Proteção Especial, fazendo assim parte da Rede Natura 2000. A Ria integra ainda a Lista de Sítios da Convenção Ramsar (zonas húmidas de importância internacional).
“Este espaço singular com características físicas ímpares dispõe de condições excecionais a um desenvolvimento económico sustentável em coabitação com as comunidades piscatórias instaladas no seu seio, sem esquecer toda a procurar balnear associada ao período de veraneio, pelo que urge desenvolver estratégias que articulem as múltiplas vertentes deste território sem esquecer a o ordenamento do território, a proteção do ecossistema, da biodiversidade, e o combate às alterações climáticas”, defende o Bloco de Esquerda.