Boa gestão do Guadiana depende do conhecimento do impacto das barragens e definição dos caudais

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Conhecer o impacto das barragens e a definição dos caudais do rio Guadiana foi hoje apresentada como uma necessidade para uma boa gestão do estuário do rio, no Fórum Guadiana, que se realizou hoje.

No que se realizou em Vila Real de Santo António, André Matoso da Administração Regional Hidrográfica (ARH) do Alentejo, frisou a necessidade de “serem conhecidos os impactos das barragens e de estarem definidos níveis de caudais do rio” para uma boa gestão do estuário do Guadiana, zona que está dependente de vários organismos e que é necessário ser conhecida a fundo para que seja bem gerida.

O Fórum, que realizou hoje a sua segunda edição, contou com um painel dedicado a Diretiva-Quadro da Água (DQA) e que juntou representantes ARH do Alentejo, que tem a responsabilidade de gestão da bacia do Guadiana, da Empresa de Desenvolvimento de Infra-estruturas do Alqueva (EDIA) e do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve, organizador do encontro.

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O conhecimento do território e seus recursos e uma boa cooperação entre os diversos organismos foram consideradas como cruciais para transpor com sucesso a DQA para a legislação portuguesa, durante o Fórum do Guadiana 2010.

A necessidade de harmonizar a legislação portuguesa à europeia foi a nota dominante do debate sobre a DQA, que segundo a organização do encontro tem como “objetivo a organização e gestão sustentável das águas, assegurando como ponto fundamental a prevenção e redução dos seus níveis de poluição, a proteção do ambiente e consequente melhoria dos ecossistemas aquáticos”.

As dificuldades de gestão do território, as potencialidades económicas, a preservação ambiental e os entraves ao desenvolvimento foram outros dos temas em debate no Fórum Guadiana 2010, realizado na biblioteca municipal de Vila Real de Santo António.

No painel dedicado ao “Sistema estuarino do Guadiana visto de múltiplas perspetivas”, José Carlos Barros, vice-presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, apontou as dificuldades encontradas pelo poder local para realizar projetos sem serem levantados problemas pelos organismos desconcentrados do Estado.

“Vila Real de Santo António tem uma componente ambiental única e que é fonte de desenvolvimento económico, mas muitos projetos encontram da parte desses organismos oposições sem haver da sua parte explicações sustentadas de forma científica para o efeito”, lamentou, referindo-se concretamente à reprovação por parte da ARH do Algarve de um parque tecnológico que a autarquia tinha previsto realizar.

Igualmente presente esteve um responsável do departamento de Ambiente do Ayuntamiento de Isla Cristina, povoação espanhola que se encontra no estuário do rio, que se depara com “grandes problemas provocados pelas várias dependências que os diversos territórios do município têm”.

“Se falamos do mar temos o governo central como tutela, se falamos da mata a tutela é da Junta da Andaluzia e nós, no município, temos várias partes do nosso território sobre o qual não temos competências”, frisou.

MHC

Lusa/JA

***Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico***

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