Um ataque aéreo contra um campo de refugiados na província de Idlib, no norte da Síria, no qual pelo menos 28 pessoas morreram, “pode corresponder a um crime de guerra” e tem de ser imediatamente investigado.
As declarações são de Stephen O’Brien, responsável da ONU pelos assuntos humanitários que já pediu à organização que abra um inquérito para apurar a autoria do bombardeamento e julgar os responsáveis no Tribunal Penal Internacional.
O ataque ao campo de Kamouna aconteceu na quinta-feira à noite, horas depois de as forças do regime de Bashar al-Assad e os grupos da oposição moderados que lutam contra o Governo terem aceitado alargar uma trégua parcial em vigor desde fevereiro à cidade de Alepo, também no norte, onde pelo menos 300 pessoas perderam a vida nas últimas duas semanas.
Sob pressão dos Estados Unidos e da Rússia, o Governo sírio aceitou na quarta-feira aplicar o frágil cessar-fogo que, desde fevereiro, está a ser cumprido em determinadas partes da Síria, em Alepo. A cessação parcial de hostilidades não integra grupos terroristas como o autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) ou a Frente al-Nusra.
Filiado à Al-Qaeda, o grupo jiadista tomou, esta sexta-feira de manhã, a localidade de Khan Tuman e vilas circundantes, no sul de Alepo, após 24 horas de combates com as forças do regime sírio. Pelo menos 70 pessoas morreram durante essa batalha.
Segundo a BBC, existem fontes que atribuem o bombardeamento do campo de refugiados em Idlib, provínca atualmente controlada pelos rebeldes da oposição, a aviões sírios ou dos aliados russos, mas esta informação ainda não foi confirmada.
A ONU já avisou que se a atual trégua falhar, tal será “catastrófico” para os sírios, prevendo-se que mais 400 mil pessoas fujam para a fronteira com a Turquia, onde a situação continua a piorar.
Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)