Bombeiros algarvios podem ter de suspender serviços não urgentes

Todas as corporações associadas manifestaram “grande preocupação" quanto ao futuro próximo.

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A Federação dos Bombeiros do Algarve está preocupada com o impacto da subida do preço dos combustíveis no serviço de transporte de doentes não urgentes, deixando o alerta de que pode vir a racionar ou deixar de realizar estes serviços se a situação não melhorar.

A posição da federação, que junta as associações humanitárias e corporações de bombeiros do Algarve, foi anunciada após uma reunião realizada na semana passada para analisar o impacto do preço dos combustíveis e na qual todas as associadas manifestaram “grande preocupação” quanto ao futuro próximo para garantir que são prestadas as suas “principais atividades”.

“Caso a situação não se altere, começa mesmo a perspetivar-se a necessidade de racionar serviços, o que implica que o transporte de algumas pessoas para consultas ou tratamentos, os chamados transportes não urgentes, poderão deixar de ser realizados”, advertiu a Federação dos Bombeiros do Algarve.

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A organização apelou ao novo Governo liderado por António Costa, apoiado por uma maioria absoluta do PS, para que “olhe para a situação periclitante que muitas associações estão a passar”, algumas “com graves dificuldades de funcionamento”.

A federação pediu a adoção de medidas de apoio para corrigir uma situação que “se agravou bastante nos últimos dois anos” e “agora também com a situação do conflito” na Ucrânia, invadida pela Rússia numa ofensiva militar iniciada em 24 de fevereiro.

“As repercussões que esta situação pode ter no dia a dia dos bombeiros é muito gravosa e por isso merece uma atenção discriminatória positivamente por parte do Governo”, considerou a Federação dos Bombeiros do distrito de Faro, que integra os 16 concelhos do Algarve.

Além do aumento de combustíveis, também é necessário proceder, segundo a mesma fonte, a uma “atualização urgente” das comparticipações do Serviço Nacional de Saúde para o transporte de doentes, que “não é atualizada desde 2012” e apenas está “fixada em 0,51 euros por quilómetro”.

“Os Bombeiros do Algarve consideram mesmo que estão a ser desconsiderados pelo Governo, atendendo ao relevante papel que desempenham no quadro das competências da proteção civil, bem como da sua responsabilidade social para com as Comunidades e populações que servem”, lamentou a Federação.

As associações e corporações de bombeiros algarvias também criticaram a falta de “qualquer tipo de diferenciação positiva por parte do Governo” durante os últimos dois anos, nos quais “o país foi assolado pela pandemia da covid-19”.

“No momento em que não são conhecidas quaisquer medidas de apoio às associações humanitárias no sentido de mitigar esta situação crítica, os bombeiros do Algarve apelam ao Governo para uma resposta urgente, a tempo de garantir a sua operacionalidade e os serviços de importância extrema que realizam diariamente no apoio às populações mais necessitadas”, pediram ainda as corporações algarvias.

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