Braço de ferro na TAP

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O Governo diz que não é passível de aceitação o apelo da plataforma sindical da TAP

O gabinete do ministro da Economia, António Pires de Lima, através de um comunicado, confirma já ter recebido e respondido ao memorando da plataforma sindical, que sugere a suspensão do processo de privatização da TAP e da greve entre 27 e 30 de dezembro. O Governo avisa que não é passível de aceitação o apelo da plataforma sindical. De acordo com o ministério, o memorando não cumpre a condição prévia da não suspensão do processo de privatização, comunicada pelo Governo na reunião de sexta-feira, e que na altura não foi contestada pela plataforma sindical.

O ministério da Economia tinha aberto a possibilidade, “mediante o cancelamento da greve, de se constituir um grupo de trabalho que procure trabalhar os pontos de preocupação dos trabalhadores da TAP”, afirmou António Pires de Lima, à saída daquela reunião.

Desde que foi anunciada a greve, cinco mil passageiros da TAP já desistiram das reservas. A cumprir-se esta paralisação, estima-se que cerca de 120 mil passageiros possam ser afetados, o que para a companhia aérea poderá significar perdas superiores a 30 milhões de euros.

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Várias são as vozes que nos últimos dias se têm pronunciado sobre o processo de privatização da transportadora e a greve levantada pelos sindicatos. Ainda esta terça-feira, num artigo de opinião publicado no “Diário de Notícias”, Mário Soares diz compreender “a indignação dos funcionários da TAP e do povo português em geral, bem como dos países lusófonos, para a gravidade da privatização da TAP”.

Segundo o ex-Presidente da República, a privatização “é algo de antipatriótico que não é aceitável”. “Os funcionários da TAP – e muito bem – declararam fazer uma greve. Esta é uma greve patriótica e por isso admiro a coragem dos que a fazem, conscientes do que podem sofrer os portugueses que vivem no estrangeiro e que querem ao menos passar o Natal com as famílias em Portugal. Será que o Presidente da República vai promulgar um ato antipatriótico para agradar ao atual governo?”, questiona Soares em jeito de conclusão.

Passos Coelho também já falou sobre a polémica. O primeiro-ministro defendeu na sexta-feira no Parlamento que há dois caminhos para a recapitalização da TAP: a cisão em duas empresas, com o consequente despedimento coletivo, ou a privatização.
Em relação à greve, o Governo admite recorrer à figura da requisição civil na TAP, caso as negociações com os sindicatos não garantam a sua desconvocação.

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