Brasileiros prometem intensificar protestos até ao Mundial

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Brasileiros continuam a protestar contra a realização do Mundial de futebol no país

Mais de 20 mil brasileiros saíram quinta-feira às ruas em 50 cidades de sete estados do país, em protesto contra os gastos com o Mundial-2014, que arranca já no dia 12 de junho. A principal reivindicação é comum: mais saúde, educação e segurança. “Tudo padrão FIFA”, pediam os manifestantes.

A ação designada de 15M – Dia Internacional de Lutas contra a Copa, contou com a participação de diversas associações, partidos e sindicatos, incluindo professores, condutores de autocarros e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza e Recife.

Em São Paulo registaram-se confrontos, depois de alguns manifestantes destruírem agências bancárias e um stand automóvel, ao qual a polícia respondeu com o uso de gás lacrimogéneo e balas de borracha. Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas e 27 foram detidas, segundo o jornal “Estado de São Paulo.”

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Governo desvaloriza protestos

Apesar da adesão aos protestos ser bastante menor, quando comparada com o ano passado, os manifestantes prometem intensificar as ações até ao início do Mundial para pressionar o governo, quando faltam cerca de cinco meses para as eleições presidenciais, a 5 de outubro.

A Presidente Dilma Rousseff já desvalorizou os protestos, classificando-os de “fracos” e assegura que não irão prejudicar a realização do evento desportivo. Reconhece ainda que nem todas as infraestruturas estarão concluídas até ao início do Mundial, numa altura em faltam terminar 62% das obras previstas, mas que tudo será resolvido da melhor forma.

Dilma Rousseff apela também aos brasileiros para receberem bem os turistas, negando que o evento não traga benefícios para a população. “O que eles podem levar na mala? É a garantia e a certeza de que este é um país alegre e hospitaleiro. Agora, os aeroportos ficam para nós, as obras de mobilidade ficam para nós, os estádios ficam para nós”, afirmou a governante num jantar com jornalistas desportivos.

3,7 milhões de turistas durante evento

Também o ministro do Desporto, Aldo Rebelo, mostrou-se confiante de que o torneio vai decorrer sem problemas. “O que nós temos estado a assistir recentemente são protestos específicos de trabalhadores. Nada tem a ver especificamente com a realização da Copa. Não há razão para entrarmos em pânico, quando vamos ter três milhões de brasileiros e 600 mil turistas estrangeiros no evento”, disse Aldo Rebelo.

O jogo de abertura do Mundial realiza-se dia 12 de junho entre o Brasil e a Croácia, na Arena Corinthians, em São Paulo. Até ao final do evento, a 13 de julho, o Ministério do Turismo brasileiro prevê cerca 3,7 milhões de pessoas, entre turistas brasileiros e estrangeiros, a circular pelo país, que deverão deixar receitas estimadas em 2,2 mil milhões de euros.

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