Britânicos conhecem hoje medidas de austeridade do governo

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Os britânicos vão conhecer hoje as medidas de austeridade incluídas no orçamento retificativo do governo, que deverão incluir subidas de impostos e cortes na despesa pública.

Os Conservadores já tinham prometido antes das eleições um “orçamento de emergência” para determinar poupanças de pelo menos seis mil milhões de libras (7,2 mil milhões de euros).

Mas o ministro das Finanças, George Osborne, está convencido de que são precisas “medidas duras” ainda antes do próximo orçamento de Estado, que por tradição é apresentado na primavera.

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“Se não agirmos de forma determinada e coordenada vamos ver o país no caminho para a bancarrota”, afirmou no domingo, numa entrevista à BBC.

A contribuição autárquica não deverá aumentar, cumprindo um compromisso inscrito no programa eleitoral, mas a maioria dos economistas está convencida de que o IVA irá subir.

Atualmente a taxa geral do imposto sobre o consumo é de 17,5 por cento, mas na imprensa é dado como muito provável um agravamento para 20 por cento.

Estima-se que só esta medida faça reverter para os cofres do Estado mais de 10 mil milhões de libras (12 mil milhões de euros), mas o Banco de Inglaterra teme que também faça cair o consumo.

A outra metade do governo do coligação, os democratas liberais, deverão conseguir concretizar um aumento no imposto sobre as mais valias não empresariais e também a criação de um novo imposto sobre os bancos.

Este último deverá permitir obter uma receita, segundo a imprensa, que vai de um a três mil milhões de libras (1,2 a 3,6 mil milhões de euros).

Espera-se também a redução dos subsídios sociais para as famílias com maiores rendimentos, mudando o sistema herdado dos 13 anos de poder trabalhista.

Todas estas medidas destinam-se a reduzir o défice orçamental, que no ano fiscal anterior atingiu os 155 mil milhões de libras (185,7 mil milhões de euros), cerca de 10,4 por cento do Produto Interno Bruto.

O anterior ministro das Finanças Alistair Darling admitiu que este objetivo é do interesse público, mas critica a estratégia do governo de fazer cortes por entender que existe o perigo de fragilizar a economia.

“O que estes estão a defender são medidas que vão mais fundo e mais depressa, medidas que parecem ser conduzidas por uma guerra ideológica contra o sector público”, avisou.

Para marcar a importância do momento, George Osborne, o ministro das Finanças mais jovem em 125 anos, vai usar a mala que pertenceu a William Gladstone, que teve no mesmo cargo por quatro vezes no século XIX.

De acordo com duas sondagens divulgadas hoje, a maioria dos britânicos concorda com a política do governo e os cortes na despesa pública.

BM

Lusa/JA

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

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