O projeto algarvio da AECCP já foi agarrado pela Suíça e por vários países africanos. Segue-se a Turquia. Em Portugal, o sistema continua à espera de licenciamento
DOMINGOS VIEGAS
O Agrupamento de Empresas Consumidoras de Combustíveis de Portugal (AECCP) tem em mãos um projeto para implementação de passadeiras eletrónicas para peões (passadeiras ativas), que garantem mais segurança para quem circula a pé e para quem conduz veículos, mas, apesar da utilidade, está a esbarrar com a burocracia.
Este projeto vai começar a ser implementado em duas cidades da Suíça e em vários países de África, que não deixaram escapar a ideia que lhes foi apresentada por Eduardo Pegado, presidente da AECCP e residente na cidade de Olhão. O governo da Turquia também já se mostrou interessado. Mas, curiosamente, os mentores do projeto continuam à espera de licenciamento no nosso país.
O sistema foi apresentado à Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária (ANSR) há quase um ano, porém está ainda a aguardar a necessária autorização para poder ser instalado. “Consideraram a ideia sensacional, mas quiseram testar o sistema antes de o licenciarem. Continuo, até hoje, à espera que indiquem o local”, conta Eduardo Pegado.
Posteriormente, aquele dirigente da AECCP dirigiu-se à Infraestruturas de Portugal e, ainda, à Câmara de Olhão: “Também ficaram encantados com o projeto, mas explicaram que não poderiam avançar com a implementação porque era necessário o licenciamento por parte da ANSR, ou seja, é a pescadinha de rabo na boca”, lamenta Eduardo Pegado.
Trata-se de um sistema, de certa forma, simples que consiste num interruptor colocado na estrada ou rua, antes da passadeira, e que é acionado pelos veículos. Quando estes pisam o interruptor acendem-se as luzes colocadas na passadeira e, depois de passar, o veículo pisa outro interruptor que apaga as luzes. “É daquelas coisas que toda a gente se lembra de fazer, mas que depois ninguém põe em prática”, diz o presidente da AECCP.
Curiosamente, este sistema até pode ser completamente gratuito para quem o instala já que o projeto inclui a ideia de colocar publicidade de empresas. E seria esta publicidade a suportar os custos.
