A Câmara Municipal de Lagos manifestou-se esta semana solidária com a posição assumida pelo município da Nazaré relativamente à sustentabilidade da pesca do cerco, anunciou a autarquia algarvia em comunicado.
Dada a importância da pesca do cerco no concelho de Lagos, o município algarvio decidiu apresentar medidas alternativas às defendidas pela Comissão Europeia, que impôs restrições e calendários apertados nas capturas.
Em alternativa, os lacobrigenses apontam a reestruturação e modernização da frota do cerco nacional e uma análise alargada dos fatores que têm influência no stock de sardinha, que não se restrinjam necessariamente ao esforço de pesca.
Outra medida apresentada pela Câmara Municipal de Lagos é a aposta na investigação desenvolvida pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), com canais de transferência de conhecimento que permitam aos pescadores trabalhar com um menor grau de imprevisibilidade.
Por outro lado, a CML subscreve a posição das associações ibéricas da pesca da sardinha, que pretendem o aumento da quota de captura desta espécie para 30 mil toneladas ainda este ano.
Segundo a autarquia de Lagos, a sua posição reforça o importante “papel das atividades piscatórias e das suas fileiras” , num setor que tem um “peso histórico e cultural importantes na memória e identidade” daquele concelho.
As entidades que assinaram esta moção consideram que as quotas de pesca e as restrições da União Europeia à sardinha, carapau e biqueirão são insuficientes e contradizem-se com os dados relativos à biomassa destas espécies presentes na costa.
Pretende-se também chamar a atenção para as implicações sociais e económicas decorrentes da intermitência imposta à pesca de cerco e para a importância daquelas espécies nos hábitos alimentares dos portugueses.
A Câmara Municipal de Lagos vai agora dar a conhecer esta posição a vários organismos das instituições europeias, nacionais, municipais e associativas do setor da pesca.
