Câmara de Lagos reestrutura serviços para poupar 220 mil euros ao ano

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O executivo socialista aprovou uma nova reestruturação dos serviços municipais, com vista a “reduzir as despesas e rentabilizar o potencial humano da autarquia”. A ideia é poupar mais de 220 mil euros anuais numa altura em que as receitas da câmara descem a pique e as dívidas acumulam-se. O vereador do PSD lembra que esta é a terceira reestruturação nos últimos quatro anos.

Numa altura em que a câmara de Lagos enfrenta uma grave crise de tesouraria, com quedas brutais de receitas e um aumento das dívidas, o executivo socialista liderado por Júlio Barroso aprovou, na semana passada, uma nova reestruturação dos serviços municipais.

“Trata-se de uma medida que se insere no esforço de contenção da despesa que o município tem vindo a desenvolver para fazer face à quebra acentuada das receitas nos últimos três anos, mas que visa igualmente garantir a sustentabilidade futura das finanças municipais”, frisa a câmara em comunicado, recordando que já está a preparar um plano de saneamento para amenizar a situação.

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A reestruturação dos serviços – “a terceira nos últimos quatro anos”, como já criticou o vereador social-democrata Nuno Marques – prevê a redução do número de cargos dirigentes na administração pública e “uma gestão mais eficiente dos serviços e recursos humanos”.

Segundo anuncia a câmara de Lagos, as principais alterações dizem respeito à nova estrutura de serviços, sendo de destacar uma redução do número de chefes de divisão e dirigentes intermédios, entre outras mudanças.

“A solução encontrada foi considerada consentânea com os pressupostos de máxima racionalização dos encargos, permitindo alcançar uma redução, relativamente à atual estrutura, na ordem dos 221 mil euros anuais”, informa a autarquia lacobrigense.

Lagos admite redução das despesas com pessoal

A câmara de Lagos admite ainda que vai lançar outras medidas com vista à redução das despesas correntes, incluindo ao nível do pessoal, com o fim das comissões de serviços dos dirigentes, a redução dos gabinetes de apoio aos membros do executivo, a redução para metade dos administradores das empresas municipais (Futurlagos e Lagos em Forma) – passando assim a ter apenas um administrador remunerado – e a exclusão ou redução do trabalho extraordinário.

Ainda de acordo com a proposta da autarquia, as associações e instituições desportivas, culturais e de solidariedade também vão sofrer cortes nos apoios municipais, assim como as juntas de freguesia, que vão receber menos 30 por cento de verbas no mínimo.

A iluminação de espaços públicos, o consumo energético gerado pelo funcionamento dos serviços, a manutenção de espaços verdes, a recolha de resíduos e a limpeza urbana, são outras das áreas que a câmara já está a analisar e a implementar medidas para reduzir os gastos financeiros. Esta proposta do executivo socialista será agora submetida à aprovação da assembleia municipal.

PSD/Lagos critica proposta

Entretanto, o vereador do PSD, Nuno Marques, satiriza a nova reestruturação de serviços, afirmando que a mesma “habilita a autarquia ao galardão de recordista nacional de reestruturações orgânicas em tão pouco tempo”.

Para o autarca, a difícil situação financeira do município de Lagos deve-se à gestão socialista, “que não encarou a poupança como uma preocupação subjacente à última reorganização de serviços feita apenas há um ano”, altura em que Nuno Marques garante que “a dívida a fornecedores era idêntica, senão mesmo ligeiramente maior”.

O vereador social-democrata critica ainda o PS por anunciar que a dívida total da autarquia é de 25 milhões de euros, quando defende que “há relatórios dos revisores de contas que dizem não estarem contabilizados, como deviam, os 45 milhões de dívidas referentes às parcerias público-privadas”.

JA
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