A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na quarta feira legislação que autoriza sanções comerciais contra a China e outras nações que manipulem a sua moeda para obter ganhos comerciais.
Por 348 votos a favor e 79 contra, a Câmara aprovou o projeto, que segue agora para o Senado, onde as suas perspetivas não são claras.
A maioria obtida explica-se com o voto de 99 republicanos que se juntaram aos democratas, enquanto que os opositores juntaram 74 republicanos e 5 democratas.
Os apoiantes da medida dizem que permitirá ao governo de Barack Obama pressionar a China numa questão à qual atribuem a responsabilidade pelo desaparecimento de mais de dois milhões de empregos norte-americanos na última década.
Os industriais norte-americanos asseguram que a moeda chinesa está subvalorizada em 40 por cento face ao dólar, o que torna os produtos chineses baratos e mais competitivos nos EUA e os produtos norte-americanos mais caros na China.
A legislação expande a definição de subsídios governamentais indevidos para incluir a manipulação governamental da cotação da sua moeda para ganhar vantagens comerciais.
Em junho, os dirigentes de Pequim prometeram uma taxa de câmbio mais flexível, mas desde então o iuan apenas se valorizou face ao dólar em dois por cento.
O ministro das Finanças norte-americano, Timothy Geithner, disse ao Congresso que o governo permanece decidido em encontrar uma estratégia de pressão efetiva sobre a China.
Acrescentou que o foco não é apenas a questão cambial, mas também tópicos como a forte pirataria sobre os direitos de autor de produtos norte-americanos e várias barreiras erigidas pelos chineses à importação de produtos dos EUA.
O governo de Obama ainda não disse se apoia a posição da Câmara dos Representantes.
Barack Obama levantou a questão da moeda na sua reunião com dirigentes chineses na semana passada, em Nova Iorque, e deve continuar a discuti-la em novembro, na cimeira do grupo das 20 maiores economias, na Coreia do Sul.
AL/JA