Cameron pede aos britânicos que rejeitem nas urnas argumentos “completamente falsos” a favor do Brexit

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Numa edição especial do programa “Question Time” da BBC One, o primeiro-ministro britânico renovou este domingo os seus pedidos aos britânicos para que escolham ficar dentro da União Europeia no referendo da próxima quinta-feira e que assim rejeitem o que classifica de alegações “completamente falsas” apresentadas pelos que apoiam o Brexit.

Para David Cameron, nenhum dos três grandes avisos apresentados pela campanha Leave são verdadeiros. Sobre a eventual adesão da Turquia ao bloco europeu, e questionado sobre se o Reino Unido vai usar o seu poder de veto para a impedir caso continue a integrar a UE, o líder britânico disse este domingo à noite que esse é “o argumento mais falacioso” de todos os que a barricada antieuropeísta já apresentou. “Não penso que isso vá acontecer durante décadas, portanto no que toca às minhas preocupações essa questão nem se coloca.”

Cameron disse ainda que o argumento de que o país dispende 350 milhões de libras [450 milhões de euros] por semana com a integração europeia em pagamentos à Comissão “não é verdadeiro” e que a criação de um exército europeu — que este fim de semana levou o ex-chefe da Defesa a mudar-se da barricada pró-UE para a que defende o Brexit — “não vai acontecer”.

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“Tenho a certeza de que há argumentos para sair”, sublinhou, mas será “trágico” se o Reino Unido decidir abandonar a UE com base “em três coisas completamente falsas”.

Em reação às declarações do líder britânico — que em fevereiro cumpriu a promessa de convocar um referendo ao futuro do país dentro do bloco regional, após conseguir o que diz ser um “estatuto especial” para convencer os britânicos a ficar — a campanha Leave disse que Cameron “simplesmente não tem as respostas” sobre estes e outros assuntos e que as pessoas “já não acreditam nele quanto à UE”.

Ao longo das últimas semanas, os que defendem o Brexit na votação da próxima quinta-feira alertaram não só para as questões endereçadas este domingo pelo primeiro-ministro como para a imigração, avisando que a permanência na UE pode levar a um aumento das entradas de migrantes no Reino Unido sob as regras de livre circulação em vigor no espaço Schengen. A isto, Cameron já tinha respondido que o Governo pode controlar esses números sem abandonar a UE.

Depois de as sondagens no início da campanha mostrarem a população britânica dividida quanto ao futuro que desejam, os inquéritos de opinião da última semana previram todos a vitória do Brexit a 23 de junho. Na quinta-feira passada, a precisamente uma semana da votação popular, o homicídio a sangue frio de uma deputada trabalhista a favor da integração de migrantes e refugiados por um nacionalista neonazi levou alguns analistas a anteciparem que muitos britânicos possam votar a favor da UE como forma de recusa da extrema-direita.

Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)

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