Candidato à liderança trabalhista promete convocar novo referendo ao Brexit se for eleito

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O antigo ministro-sombra do Trabalho e Pensões, Owen Smith, que vai disputar a liderança do Partido Trabalhista com Jeremy Corbyn e a ex-ministra-sombra da Economia e Inovação, Angela Eagle, garante que vai convocar um segundo referendo a qualquer acordo do Brexit caso seja escolhido para liderar o maior partido da oposição.

O candidato ao lugar de Corbyn, que anunciou a sua candidatura na terça-feira, diz que vai oferecer aos eleitores uma hipótese de aprovarem ou chumbarem qualquer acordo que o Reino Unido alcance com a União Europeia no seguimento da consulta popular de 23 de junho e da tomada de posse de Theresa May, substituta de David Cameron na liderança conservadora que ontem se tornou a nova primeira-ministra britânica.

“Temos de dar uma nova hipótese [aos eleitores] e isto significa um segundo referendo ou eleições gerais quando os termos [do acordo] forem claros”, disse em entrevista ao “The Guardian” ontem. “O Governo Labour deveria estar a comprometer-se com isso. Há muita gente que votou em boa fé a favor do Brexit e que sente que estava a fazer a coisa certa para as suas famílias e comunidades e eu respeito essas pessoas por tomarem essa decisão. Mas muitas pessoas que eu conheço estão agora a dizer a si próprias ‘Esta não foi a decisão certa’, estão zangadas por terem sido claramente enganadas pela campanha do Brexit”.

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Smith, que se demitiu do cargo de ministro-sombra do Trabalho e Pensões em junho durante uma enorme revolta contra Corbyn no seio do Partido Trabalhista, tem sido um dos maiores críticos do ainda líder do Labour, que se recusa a abandonar o cargo mesmo depois da aprovação de uma moção de censura pelos membros do partido. Na mesma entrevista, o candidato à liderança trabalhista diz que Corbyn é “egoísta” e que o partido está “a oscilar à beira da destruição”.

No início da semana, 18 dos 32 membros do Comité Executivo Nacional do partido aprovaram que Corbyn seja automaticamente candidato à recondução, em vez de ter de angariar um mínimo de 51 deputados que o apoiem como os restantes interessados no cargo. Até ver, o atual líder disputa o cargo com Smith e com Eagle, que anunciou a sua candidatura na segunda-feira. A decisão sobre quem passará a estar ao leme do Partido Trabalhista pertence exclusivamente aos militantes, mas apenas àqueles que se juntaram ao partido antes de janeiro.

Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)

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