Cantora Susana Travassos homenageia o pai em concerto

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O diretor do Jornal do Algarve, Fernando Reis, falecido no início de dezembro de 2021, vai ser homenageado num concerto da sua filha Susana Travassos no próximo domingo, dia 6 de fevereiro, pelas 17h00, no Cineteatro Louletano. O espetáculo intitulado “O meu Pai é um Pássaro” estará repleto de simbolismo, saudade e emoções

A filha mais nova de Fernando Reis sobe ao palco do cineteatro de Loulé onde irá apresentar temas do seu último disco de 2019, “Pássaro Palavra”, gravado em Buenos Aires (Argentina), cantando músicas que “permearam a vida e o amor entre pai e filha”, com composições inéditas de Luísa Sobral e Melody Gardot.


Este projeto já passou por países como Coreia do Sul, Espanha, Argentina, Egito e Uruguai, sendo uma viagem às raízes algarvias de Susana Travassos.

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A cantora, de 39 anos, estará em palco acompanhada por Giovanni Barbieri ao piano, Elodie Bouny na guitarra, Francesco Valente no baixo, Hugo Fernandes no violoncelo, Bruno Silva na viola, Denys Stetsenko no violino, Sebastian Scheriff na percussão e Martin Sued no bandoneon.


Este espetáculo conta com a produção de Camila Carnicelli e os bilhetes têm um custo de oito euros para o público geral.


Fernando de Sant’Águeda Gutierres Reis faleceu no dia 4 de dezembro de 2021 aos 66 anos, no Hospital de Faro, na sequência de uma infeção por covid-19.


Nascido a 5 de fevereiro de 1955 em Vila Real de Santo António, Fernando Reis foi diretor do Jornal do Algarve desde 1983, nos primeiros anos de forma intermitente.


Licenciado em História pela Universidade Clássica de Lisboa em 1980, foi professor da Escola D. José I em Vila Real de Santo António e noutros estabelecimentos de ensino em Loulé.


Ilustre vilarrealense, prestigiado decano do jornalismo algarvio, regionalista convicto e grande defensor da preponderância da região e da sua cidade em particular, Fernando Reis era casado com Maria Luísa Aleixo Travassos e pai de Marta Reis e Susana Travassos Reis.


Na área das artes, Fernando Reis foi baixista da emblemática banda algarvia Orquestra Sérgio Peres, tendo também produzido concertos de artistas como Zeca Baleiro, Aziza Mustafa Zadeh, Deolinda, Ana Moura, Carlos do Carmo, Amor Electro, José Cid, Joana Amendoeira, Havana Way, e Anonima Nuvolari, além de ter sido manager e produtor executivo de alguns dos projetos musicais da sua filha, Susana Travassos.


Além de proprietário e diretor do JA, Fernando Reis dividiu também a sua atividade pela defesa do sal tradicional do sotavento algarvio: desde 2005 era proprietário de uma salina em plena Reserva Natural de Castro Marim e o seu papel foi preponderante na defesa da superior qualidade do sal da região e da sua pureza face aos produtos industrializados em massa. Ainda neste domínio, a sua luta foi fundamental para a exportação massiva de sal-gema da mina de Loulé para a Alemanha, país então a braços com uma crise de frio.


Destacou-se ainda como defensor do património da sua cidade, dirigente da Associação de Defesa do Património Pombalino de Vila Real de Santo António e confrade da Confraria do Atum.


Nas palavras da escritora algarvia Lídia Jorge, Fernando “foi um romântico. A forma como segurou este jornal, acreditando que a força das palavras contribuía para a inteligência viva, para o benefício da notícia justa e a independência do pensamento, fez dele uma personalidade marcante. Foi diligente numa região de indolência, foi pronto numa sociedade de adiamento, foi atento e prático, no meio de uma cultura de inércia. Para quem acredita na capacidade de resistência num meio hostil à comunicação social, Fernando Reis foi um exemplo de crença no jornalismo de proximidade”.


“Quanto o Algarve lhe deve? Quanto devemos a Fernando Reis? Não podemos dizer quanto porque o seu legado não pode ser avaliado em números.

Sabemos sim, que adaptou o Jornal do Algarve aos desafios que se levantaram à imprensa regional na passagem do milénio, e que soube resistir à grande vassoura digital, que leva para o mesmo local do evanescente, quer o bom quer o mau. A chegada, semanalmente, à nossa mesa, do jornal do Fernando Reis, envolto numa cinta de papel usado, aproveitado dos restos, comovia. E comoverá. É preciso ser esperançoso. A sombra benigna de Fernando Reis inspirará quem se lhe segue. Todos desapareceremos, mas o sulco que fazemos na terra onde vivemos será mais forte do que a nossa fotografia. Fixem a fotografia de Fernando Reis, a sua causa tem muito para contar”, acrescentou, em dezembro do ano passado.


Susana Travassos Reis nasceu em Faro e viveu até aos 18 anos em Vila Real de Santo António. Aos cinco anos, começa o seu percurso musical, iniciando estudos de acordeão na Escola de Violas da Junta de Freguesia da sua cidade.


Mais tarde começou a estudar piano e canto lírico e frequentou a escola de jazz do Hot Club, em Lisboa.


Em 2008 lançou o seu álbum de estreia, intitulado “Oi Elis”, em homenagem à cantora brasileira Elis Regina. O seu segundo CD é apresentado em 2013, com o nome “Tejo-Tietê”, em parceria com o compositor brasileiro Chico Saraiva, onde intercala composições do próprios com clássicos de Portugal e do Brasil.


Enquanto viveu no Brasil, atuou ao lado de artistas como Yamandu Costa, Toninho Horta, Chico Pinheiro, Chico César e Zeca Baleiro.


Em 2018 foi uma das participantes do Festival da Canção, com um tema composto por Aline Frazão, intitulado “Mensageira”. A vilarrealense chegou à fase final da competição, ocupando o lugar do desistente Diogo Piçarra.

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