CARLOS ALBINO

 SMS 455

Aeroporto, està vista

É tema de reportagem junto de passageiros à partida e à chegada, de funcionários e dos responsáveis pelas obras, será até assunto a justificar entrevista (entrevista, e não questionário subserviente) com quem gere o aeroporto, e num pequeno apontamento como este apenas se pode dizer que aquilo está mal, está mesmo muito mal. É verdade que à chegada, o passageiro pode ler que há obras por ato da natureza e que se pede desculpa pelo incómodo, mas isso não basta. Também é verdade que foi garantido, há dias, que as obras terminarão no final de abril, mas a avaliar aquele estendal é difícil aceitar que um mês basta. Faltam indicações úteis e práticas, o túnel não é um túnel de passageiros – é um túnel de despejo, os trajetos para quem vai esperar ou para quem chega não estão devidamente assinalados, escasseia o atendimento, são centenas de metros entre o carro estacionado em parque pago e o local de chegada que a generalidade tem de adivinhar, a polícia gere carros com motoristas às voltas e peões a arrastar malas serpenteando por entre o pessoal das agências com tabuletas que dão àquilo um ar de mercado de ciganos e vá lá que o tempo está seco, não há lama e os guarda-chuvas não complicam. Mas, enfim, tudo isto se compreenderia e os transtornos seriam suportados com paciência, caso se notasse da parte de quem gere o aeroporto uma consideração nas coisas essenciais pelos passageiros que nos acabam de visitar ou que começam a visita, e por quem por eles espera ou se despede. É do género “amanhem-se”. Essa porta fundamental do Algarve está em obras mas, mesmo em obras, devia ter dignidade, ostentar respeito e cultura de acolhimento que é uma coisa que se nota logo em qualquer canto que seja. Isto, ali, não há. Amanhem-se. Ora quando essa cultura de acolhimento falta, a culpa não é do vento que Zéfiro intencionalmente dirigiu em fúria contra a parte nascente do aeroporto, nem culpa é dos materiais usados na construção e que não devem ter andado longe dos usados para a Arca de Noé. Quando a cultura do amanhem-se, ela sim, é um ato da natureza, estamos conversados e não há que pedir desculpas. Sabe-se do que a casa gasta, sendo triste que a porta do Algarve não seja varrida o que dói a quem gostaria de ver a porta asseada, ainda que num asseio de obras ou em obras asseadas. 

1 – Flagrante constatação: E foi assim que conseguiram que Faro seja a única capital de distrito que não tem um jornal local próprio.
2 – Flagrante resistência: A deste Jornal do Algarve que venceu mais um ano e oxalá vença muitos mais com a chama fundadora do saudoso José Barão. Parabéns!
 

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