Castro Marim: Amaral fala em “caos” após troca de delegado de saúde

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O presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, garantiu esta semana que vai continuar a luta contra a destituição do até aqui delegado de saúde do concelho e descreveu a situação como “caótica” na sequência do afastamento de Mariano Ayala.

“Está a acontecer o caos. A situação está caótica”, asseverou ao JA o autarca, que também é médico e presidente do conselho da comunidade do Agrupamento de Centros de Saúde do Sotavento (ACES).

Em causa está a não renovação da comissão de serviço do delegado de saúde local, Mariano Ayala, no passado mês de julho, em plena pandemia de covid-19 e quando o concelho está a passar por uma nova fase de aumento de infeções.

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“Não há razão aceitável, porque trata-se de uma pessoa competente, assídua e motivada. Fez um trabalho excelente. Há qualquer jogo escondido, político ou pessoal, porque razão ou justificação não existem”, acrescenta.

Entretanto, a nova delegada de saúde de Castro Marim já entrou em funções, mas segundo Francisco Amaral a profissional não vai estar presente no concelho porque não possui viatura própria.

“Isto é uma anedota. O Mariano estava diariamente presente na rua, com as pessoas e agora a nova delegada não pode ir a Castro Marim. Já é delegada há cerca de duas semanas, mas não tenho conhecimento oficial disso”, revela ao JA.

Considerando que “o trabalho no terreno é importantíssimo”, Francisco Amaral descreve o cenário de “caos” que existe no concelho, que tem batido os recordes de casos diários de covid-19 nas últimas semanas e que agora está a passar por uma situação complicada.

“Não somos informados de nada. Não sabemos quem são e onde estão as pessoas nem os contactos isolados. Há um desconhecimento absoluto”, descreve o autarca.

Comparando com o anterior delegado de saúde local, Francisco Amaral refere que “no outro tempo havia um contacto permanente e direto”, mas que agora apenas são conhecidos os números de casos diários.

A responsabilidade, segundo o autarca, é da ARS porque “demitiu o Mariano sem razão nenhuma”.

Considerando toda a situação como “estranha”, o presidente de Castro Marim não baixa os braços e já pediu esclarecimentos à ARS, apesar de não haver resposta.

“Não dão uma resposta, só dizem que é uma questão interna do Ministério da Saúde. Há um bloqueio total. Devem querer esconder alguma coisa”, acrescenta.

Durante esta semana, será entregue ao presidente da ARS um abaixo assinado para reverter a troca de delegados de saúde, além de já ter sido feita uma participação à ministra da Saúde.

“O concelho está a ser prejudicado e eu não posso ficar de braços cruzados”, conclui.

Ao JA a ARS referiu, em julho, que “não comenta este tipo de comunicados” e que “as renovações ou não de comissões de serviço são processos internos normais”.

Até ao momento, a ARS não quis prestar mais declarações sobre o assunto.

Santa Casa solidária com delegado

A Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim também já manifestou a sua solidariedade para com Mariano Ayala e o “repúdio pelo afastamento inexplicável, incompreensível e inaceitável” do delegado de saúde.

Em comunicado, a instituição refere que desde o aparecimento da pandemia de covid-19, o Dr. Mariano “assumiu as rédeas” e manteve a Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim “uma atitude séria, pedagógica, solidária e de confiança”.

“O sucesso ate agora vivido no nosso lar, com zero casos de covid-19, deve-se em muito ao desempenho do nosso delegado de saúde, que desde a primeira hora se constituiu como elemento

essencial desta nossa equipa, cujo único propósito foi o de evitar que o vírus entrasse no nosso lar”, acrescenta.

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