Castro Marim: Executivo vai insistir com a oposição para aprovar a praia fluvial de Odeleite

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A barragem, com a aldeia de Odeleite em primeiro plano

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Executivo social-democrata, constituído por Francisco Amaral e Filomena Sintra, vai consultar a Agência Portuguesa do Ambiente para saber se a proposta do PS é viável e apresentá-la como contrapartida para a aprovação

DOMINGOS VIEGAS

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A praia fluvial e o centro de atividades náuticas que o executivo social-democrata, em minoria na Câmara de Castro Marim, pretende implementar na barragem de Odeleite foi chumbado em dezembro pela oposição, apesar de já ter financiamento garantido através de fundos comunitários. No entanto, o projeto não está posto de parte e os dois membros do executivo voltarão a tentar convencer a oposição.

Segundo a vice-presidente Filomena Sintra, “não se trata de um simples preciosismo, mas sim de um projeto alavancador” para esta zona e para o concelho. “Esta é uma das poucas barragens do país que não explora as suas potencialidades turísticas. Toda a gente se revê neste projeto e, depois da luta para a aprovação do plano de ordenamento da barragem, não faz sentido que a ideia fique na gaveta”.

Além do risco de se perderem os fundos comunitários já assegurados, há três investidores privados que aguardam pelo arranque dos trabalhos, que cabem à autarquia, para poder avançar com os seus próprios projetos. Refira-se que a Câmara terá que instalar plataformas, para servir de base às atividades náuticas e à piscina natural, redes de saneamento básico e de água, entre outros equipamentos de apoio.

“Há uma questão política para resolver a nível interno e a oposição tem que perceber que o investimento público é que vai alavancar o investimento privado. Com o financiamento que está garantido através de fundos comunitários, resta à Câmara suportar um valor que representará apenas cerca de 6 mil euros por ano. É uma quantia pequena, se tivermos em conta o efeito que vai provocar na economia local”, explica Filomena Sintra.

Na altura, os dois vereadores do PS (Célia Brito e Mário Dias) explicaram que tinham votado contra (junto com o movimento CM1 de José Estevens) porque defendem que os cerca de 500 mil euros em causa deveriam ser investidos na requalificação da aldeia de Odeleite e na criação de uma piscina fluvial na ribeira, a jusante da barragem e não no interior desta.

Filomena Sintra explica que “uma coisa não invalida a outra” e que a proposta do PS será usada pelo executivo, precisamente, como contrapartida quando a assunto voltar a ser discutido.

“Vamos consultar a Agência Portuguesa do Ambiente para que eles expliquem o que se pode ou não fazer a jusante da barragem, onde o PS quer. Depois, vamos tentar chegar a um consenso com a oposição. Penso que há espaço para negociar”.
Em relação ao facto dos prazos para utilização dos fundos comunitários já aprovados poderem esgotar-se, Filomena Sintra explica que se trata de “uma candidatura que não está em ‘overbooking’, ou seja, ainda há possibilidades de prolongar os prazos”.

Porém, a autarca alerta que é preciso avançar rapidamente: “Se não avançarmos, vamos outra vez para a fila de espera e ficaremos condicionados a que um dia possa voltar a haver dinheiro da União Europeia para um projeto deste tipo”.

“Temos investido milhões de euros no interior do concelho, mas a verdade é que as aldeias estão cada vez mais despovoadas. Com este investimento, podemos contribuir para alterar esta situação”, assegura a autarca.

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