Castro Marim: Oposição chumba Unidade Móvel de Saúde

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A oposição na Câmara Municipal de Castro Marim (PS e movimento independente CM1) chumbou a proposta do executivo, composto pelo edil social democrata Francisco Amaral e pela “vice” Filomena Sintra, de dar continuidade ao protocolo entre a autarquia e a Associação Social da Freguesia de Odeleite (ASFO) para a manutenção da Unidade Móvel de Saúde.

Para o executivo, este chumbo representa “o encerramento da Unidade Móvel de Saúde”, que funciona em plenitude desde há três anos.

Refira-se que esta foi a primeira Unidade Móvel de Saúde(UMS) no país a garantir um médico a tempo inteiro, para além dos serviços de enfermagem. Percorria diariamente o interior do concelho, prestando cuidados a uma população envelhecida e carenciada nas cerca de 100 povoações mais dispersas e isoladas.

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O atual protocolo considera a importância da continuidade das ações já iniciadas, que combatem não só as doenças que mais afetam os seniores, mas também o isolamento e a solidão, promovendo um envelhecimento mais ativo e prevenindo estados de depressão.

No entanto, em reunião de câmara, a proposta de continuidade apresentada pelo executivo com pelouros foi chumbada, até à reformulação do protocolo, que se considera dever incluir mais valências e parceria com outras instituições sociais.

O concelho de Castro Marim é o 77.º município com maior índice de envelhecimento no país, sendo a freguesia de Odeleite a que mais contribui para este posicionamento. Em 2016, Castro Marim registava 252,2 idosos por cada 100 jovens. Com esta realidade demográfica e o encerramento da extensão do Centro de Saúde de Odeleite, ainda não resolvido, o encerramento da UMS “coloca em causa o acesso desta população a serviços básicos de saúde”, frisa o executivo social democrata.

“Isto é uma decisão criminosa”, considera Francisco Amaral

Segundo a proposta apresentada em reunião, a ASFO tem contabilidade organizada, que lhe permite o cumprimento do clausulado do protocolo e o eficaz acompanhamento por parte das entidades competentes. Diz ainda que a direção da associação é em regime de voluntariado, não representando qualquer encargo financeiro para a coletividade, para além da proposta responder à necessidade de dinamização dentro da sua área de atuação, respeitando a sua matriz funcional.

Com este protocolo, a Câmara Municipal de Castro Marim garantia uma verba máxima de 61.000 euros à ASFO, que contemplava a condução, manutenção e abastecimento da viatura e o apoio monetário necessário à aquisição de serviços especializados de saúde, uma enfermeira e duas médicas.

O presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, também médico e fundador da primeira UMS do país em Alcoutim (1995), Francisco Amaral, manifestou-se surpreendido: “Isto é uma decisão inexplicável, penalizadora das gentes frágeis de Castro Marim. Diria até que é uma decisão criminosa. O povo de Castro Marim não merece isto”.

Oposição quer um protocolo diferente

O vereador eleito pelo movimento Castro Marim Primeiro (CM1), José Estevens, explicou que o seu voto “não é contra o serviço” da UMS, mas sim “contra os moldes em que tem vindo a ser prestado” e que “está por demonstrar o número de técnicos em funções”.

“O voto negativo assenta na indisponibilidade do senhor presidente da Câmara Municipal para a reponderação da proposta e da sua apresentação, de forma a colher ou justificar algumas críticas que foram feitas”, acrescentou o ex-presidente da autarquia.

Por seu turno, Célia Brito e Pedro Tavares, eleitos pelo Partido Socialista, explicaram que a sua intenção passaria pela “integração de um fisioterapeuta e da redução e custos que a autarquia despende, neste momento, com a UMS”.

A UMS de Castro Marim funcionava em articulação com a Associação Social da Freguesia de Odeleite, a Associação de Bem Estar Social da Freguesia do Azinhal, Centro de Saúde de Castro Marim e ARS Algarve.

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1 COMENTÁRIO

  1. Tudo desculpas de mau pagadores. Claro que é criminoso. Alterar algo que funciona sem deixar alternativas só para mostrar que se opõem é desleixo e má fé. É assim que querem ganhar as freguesias rurais ? Bem podem esperar sentados. Esta é das que não esquecem !

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