A nove meses das eleições autárquicas de 2017, prosseguem os ataques entre o PSD de Castro Marim e o presidente da câmara eleito por aquele partido, Francisco Amaral.
As desavenças começaram há mais de um ano e meio, assumindo contornos mais graves em outubro de 2016, quando a concelhia liderada pelo antigo presidente da câmara municipal, José Estevens, retirou a confiança política a Francisco Amaral, que foi eleito nas listas do partido em 2013, depois de vinte anos de serviço autárquico em Alcoutim, onde atingiu o limite dos três mandatos naquele concelho (tal como José Estevens em Castro Marim, que viria a candidatar-se sem sucesso em Tavira).
Em declarações ao JA, o presidente Francisco Amaral sempre disse que não está preocupado com a decisão dos militantes do PSD de Castro Marim e garantiu que vai recandidatar-se à presidência nas próximas eleições autárquicas.
“Posso ter perdido a confiança política do PSD de Castro Marim, mas continuo a ter a confiança do PSD a nível regional e nacional. E a comissão nacional já disse que queria recandidatar os atuais presidentes”, referiu Amaral.
Passos “segura” Amaral
Recentemente, num encontro com jornalistas da região, o líder do PSD, Passos Coelho, confirmou que no caso das autarquias já geridas pelos sociais-democratas a orientação é a recandidatura dos atuais presidentes de câmara, nomeadamente Francisco Amaral, em Castro Marim.
Mas a comissão política concelhia do PSD não se conforma e voltou nos últimos dias a criticar a gestão do atual presidente da câmara. Em causa está o editorial da revista municipal “Notícias de Castro Marim”, da autoria de Francisco Amaral, onde o autarca lança duras acusações ao PS… e ao PSD.
“Trata-se, em nosso entender, de mais um rude golpe disferido pelo presidente da câmara contra o Partido Social Democrata, partido que o acolheu e lhe conquistou o poder, mas, sobretudo, cremos tratar-se de um total desrespeito pelos castromarinenses que ao longo de 16 anos, de forma expressiva e inequívoca quiseram que o PSD obtivesse largas maiorias nas urnas”, sublinha a concelhia em comunicado.
“A realidade descrita no dito editorial consubstancia-se num conjunto de mentiras vis e indecentes que evidenciam, uma vez mais, o profundo desconhecimento que o senhor tem do concelho que o acolheu em 2013”, acentua a comissão política concelhia, num extenso comunicado onde contrapõem – um a um – os argumentos de Francisco Amaral no editorial da revista municipal.
Nuno Couto | Jornal do Algarve