Cavaco Silva inicia visita oficial de Estado a Angola

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O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, inicia hoje formalmente uma visita de Estado de quatro dias a Angola da qual pretende sair com um reforço da parceria estratégica que defende para os dois países.

O PR aterrou já domingo em Luanda, acompanhado da maior comitiva empresarial que alguma vez acompanhou um chefe de Estado português numa visita oficial – mais de 135 empresários.

Apesar disso, a visita de Estado – a primeira de um Presidente da República português – inicia-se apenas hoje, com uma cerimónia oficial de boas vindas no Palácio Presidencial, no fim da qual os dois chefes de Estado prestarão declarações, de acordo com o programa previsto.

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Este facto é considerado um sinal de atenção especial por parte de José Eduardo dois Santos, que nem sempre presta declarações no final de encontros com os seus homólogos.

Cavaco Silva segue para a Assembleia Nacional, que se reúne extraordinariamente para lhe prestar boas vindas, e já de tarde agracia na Embaixada de Portugal o cardeal D. Alexandre do Nascimento, arcebispo emérito de Luanda, pelo seu trabalho social.

De seguida desloca-se ao Palácio do Governo da Província de Luanda, com cuja governadora se reúne, e segue para cerimónias na Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto e no Centro Cultural do Instituto Camões, onde inaugura uma exposição de fotografias de Jorde Burch e textos de Ondjaki.

Este intenso primeiro dia de visita de Cavaco Silva termina com um banquete de Estado oferecido pelo presidente angolano, onde haverá novamente intervenções dos dois chefes de Estado.

A dimensão da comitiva empresarial que acompanha Cavaco Silva, que ainda por cima viaja a expensas próprias numa organização da AIP e AICEP e não da Presidência da República, mostra o interesse que Angola, enquanto quarto maior destino das exportações portuguesas e o maior cliente do país fora do espaço europeu.

Mas apesar desta forte vertente económica Cavaco Silva traz a Luanda claros objetivos políticos, que se concretizarão em pelo menos três encontros previstos com o seu homólogo angolano, José Eduardo dos Santos, assim como reuniões com o líder da oposição, Isaías Samakuva, o Parlamento, membros do governo e governadores provinciais.

O chefe de Estado português não esconde que gostaria de regressar a Portugal com passos dados no sentido dos dois países criarem uma parceria estratégica institucionalizada, com encontros periódicos ao mais alto nível para ir ultrapassando os problemas que têm surgido desde que as relações mútuas se foram aprofundando.

Atualmente vivem em Angola 86.374 portugueses, mais do que em 1950, e em Portugal residem pelo menos 28 mil angolanos.

Terminada a visita de Estado de quatro dias, o PR português ficará ainda mais um dia em Luanda, para participar, juntamente com o primeiro ministro José Sócrates, na cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Portugal, que deteve nos dois últimos anos a presidência desta comunidade, vai agora passar o testemunho precisamente a Angola.

No encontro da CPLP poderá ainda ser decidida a aceitação ou não do pedido de adesão como membro de pleno direito feito pela Guiné Equatorial.

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