Cerca de 100 migrantes, que se encontravam a bordo do barco que se afundou há dois dias perto de Aceh, na Indonésia, morreram depois de se terem envolvido numa luta em alto mar por causa de comida, confirmaram três sobreviventes do naufrágio à BBC.
Os três homens, entrevistados em separado pelo jornalista do canal de televisão no porto da cidade de Langsa, na Indonésia, para onde os sobreviventes (cerca de 700, oriundos do Bangladesh e Mianmar) foram transportados, revelaram que as vítimas foram esfaqueadas, enforcadas ou, em alguns casos, atiradas ao mar.
A confirmação destas informações implica, segundo o jornalista, um agravamento da pressão sobre os países asiáticos para encontrarem uma solução para a crise de migração.
No sábado, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Malásia, Anifah Aman, disse que esperava que o assunto fosse discutido com Mianmar antes de ser tratado a “nível internacional”.
“Temos de olhar também para os nossos interesses e problemas sociais e de segurança”, disse Anifah Aman, citado pela BBC, depois de ter falado com o seu homólogo do Bangladesh, Abul Hassan Mahmood Ali.
“Pedimos a Mianmar que participe para que em conjunto possamos encontrar uma solução”. O Governo de Mianmar, por seu lado, tem insistido que a crise dos migrantes não é da sua responsabilidade e que pode não participar na próxima cimeira onde o tema será discutido.
Muitos dos sobreviventes do naufrágio foram encontrados subnutridos e desidratados. As autoridades reencaminharam-nos para armazéns na costa de Langsa, onde se encontram atualmente a receber tratamento.
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