O Conselho de Ministros aprovou, esta quinta-feira, o decreto-lei que altera a denominação do Centro Hospitalar do Algarve para Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), de modo a “intensificar a integração das atividades de ensino superior, investigação e transmissão do conhecimento científico na prestação de cuidados de saúde e, assim, aumentar a qualidade destes cuidados e contribuir para a fixação de profissionais qualificados na região”.
O diploma aprovado hoje procede também à transferência para este hospital das competências da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve relativas ao Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul, de modo a “aproveitar sinergias, garantir uma utilização mais eficiente dos recursos humanos e financeiros disponíveis e obter ganhos de racionalidade e qualidade.”
O Conselho Diretivo da ARS Algarve já se congratulou com a aprovação: “Esta importante decisão de ponto vista estratégico para o SNS vai contribuir para ultrapassar os problemas estruturais da Saúde no Algarve, tal como o presidente do Conselho Diretivo da ARS Algarve, Dr. Paulo Morgado, defendeu logo quando iniciou funções em março de 2017 na ARS Algarve”, considera, e recorda, a ARS em comunicado enviado entretanto às redações.
“Neste processo, a ARS Algarve apostou no diálogo com os trabalhadores, com o reitor da Universidade do Algarve, com as câmaras municipais, com as entidades sindicais e as ordens profissionais e dessas audições resultou um consenso generalizado de todos os trabalhadores, sindicatos e de todo espectro político que constitui uma oportunidade única”, frisa ainda a ARS Algarve.
CHUA terá quatro polos
O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) será composto por quatro pólos: duas unidades hospitalares (uma em Portimão/Lagos e outra em Faro), o Centro de Medicina de Reabilitação do Sul e um polo de investigação e de ligação com a Universidade do Algarve, que “vão trabalhar em conjunto e com grande autonomia”.
O objetivo é aumentar a atratividade do CHUA para que possa receber mais médicos, enfermeiros e outros técnicos de saúde e, ao mesmo tempo, reforçar a ligação à universidade, nomeadamente fortalecer e potencializar o curso de Medicina, para poder oferecer aos profissionais de saúde uma oportunidade de crescer também no plano de investigação e, dessa maneira, criar “uma estrutura hospitalar forte, atrativa e dinâmica”.
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, sublinhou, na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, que a criação do CHUA, para além dos “impactos diretos” que vai ter nos hospitais de Faro e de Portimão, e na relação com a Universidade do Algarve e a Faculdade de Medicina, também “resolve um problema que se arrastava há anos” no Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul, que agora passa para um “regime de Entidade Pública Empresarial”, assim “resolvendo todos os constrangimentos” em termos de “contratação de recursos humanos” para toda a região.