O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, recomendou ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que não deve recear o acordo assinado entre Caracas e Moscovo para a construção da primeira central nuclear em território venezuelano porque a mesma “não terá uso militar”.
“Vai ser um reator pequenino, não se assustem, não se preocupem, e não terá uso militar”, afirmou Hugo Chávez ao salientar que Barack Obama está preocupado porque já disse esperar que a “Venezuela cumpra com os seus compromissos”, algo que “ninguém deve pôr em dúvida”.
“Obama semeou dúvidas dizendo que a Venezuela deve cumprir o seu compromisso de não proliferação nuclear”, disse.
O presidente da Venezuela falava em Damasco durante uma conferência de imprensa em que participou também o presidente Bachar Al Asad, no âmbito de um périplo iniciado por Hugo Chávez a 13 de outubro último pela Rússia, Bielorrúsia, Ucrânia, Irão e Síria que terminará a 24 de Outubro após uma visita a Portugal.
“A Argentina tem os seus reatores, o Brasil tem reatores nucleares e a Venezuela foi o primeiro país da América do Sul a instalar um, quando eu nasci, mas depois foi desmantelado”, recordou Chávez.
Durante a conferência de imprensa o chefe de Estado explicou que “pela primeira vez em 100 anos a Venezuela é livre e soberana”, questionando sobre quando alguém imaginaria que um presidente venezuelano pudesse deslocar-se a Damasco.
“De imediato dirão que é terrorista, é o eixo do mal, mas a mim quanto mais me atacam mais irei a Teerão, mais irei à Bielorrússia para ratificar que somos livres e continuaremos a ser livres”, sublinhou.
A 19 de outubro, depois de Caracas e Moscovo terem chegado a um acordo para a Rússia construir a primeira central nuclear no país, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que a Venezuela tem direitos no domínio da energia atómica, mas também “obrigações”.
“A nossa posição é que a Venezuela tem o direito a desenvolver pacificamente energia nuclear, mas também tem obrigações, entre as quais a de não utilizar esta tecnologia para produzir armas”, afirmou Obama, ao receber um grupo de jornalistas hispânicos na Casa Branca.
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