O Banco Popular da China, o banco central, decidiu esta quarta-feira surpreender os mercados cambiais com uma nova desvalorização do yuan face ao dólar, agora de 1,6%. No dia anterior havia decidido depreciar a moeda chinesa em 1,86% face à divisa norte-americana.
Em relação ao euro, a desvalorização da moeda chinesa foi de 2,74% na terça-feira e esta quarta-feira regista uma depreciação adicional de 2,3%. O euro vale agora mais de 7,15 yuans, quando na terça-feira encerrou a valer 6,99 yuans.
O impacto nas bolsas da região foi imediato. Uma maré vermelha atingiu as bolsas asiáticas. O Nikkei 225 fechou a perder 1,58% e o índice composto da Bolsa de Xangai perdeu 1,03%, depois de na terça-feira ter ficado neutral e ter ganho nas duas sessões anteriores. As Bolsas europeias abriram em terreno negativo e os futuros dos índices de Wall Street também. O índice com pior performance na Europa continua esta quarta-feira a ser o DAX da Bolsa alemã.
O banco central, em Pequim, depois destes dois movimentos consecutivos, procurou acalmar os mercados cambiais dizendo que não estava a entrar numa guerra de divisas, situação que os analistas asiáticos temem seriamente.
O diário de Hong Kong “South China Morning Post” diz esta quarta-feira que Pequim começou a usar as “bazucas” num movimento de politica cambial que poderá escalar para uma guerra de divisas na região.
Em março, o primeiro-ministro chinês havia dito ao jornal “Financial Times” que a “China não pretende realizar mais desvalorizações da moeda” porque não pretendia usar mais a depreciação da sua moeda “para fomentar as exportações”. Li Keqiang disse, na ocasião, que o seu país repudiava um horizonte de guerra de divisas, uma situação que “não seria boa para o sistema financeiro internacional”.
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