CIA criticada no quinto aniversário da morte de Bin Laden

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Faz esta segunda-feira cinco anos que Barack Obama subiu a um palanque na Casa Branca para anunciar em direto na televisão que Ossama bin Laden, tido como o cérebro dos atentados de 11 de setembro de 2001, tinha sido morto numa operação das forças especiais dos Estados Unidos no complexo residencial onde vivia em Abbottabad, no Paquistão.

Depois de vários anos a encabeçar a lista dos mais procurados pelos Estados Unidos, o líder da al-Qaeda foi abatido a tiro na casa onde vivia há vários meses e o seu corpo, segundo a versão oficial da administração Obama, foi atirado ao mar durante o voo de regresso da equipa de soldados.

Até à estreia em 2013 do controverso filme “Zero Dark Thirty”, realizado por Kathryn Bigelow, poucos ou nenhuns pormenores foram conhecidos sobre essa operação, aparte o facto de ter conduzido à morte de Bin Laden e de o seu corpo ter sido “enterrado em alto mar”. Talvez por isso a CIA tenha planeado marcar o 5.º aniversário da captura do saudita, esta segunda-feira, através de uma sessão de ‘live tweets’, ou publicações ao minuto no Twitter, a “noticiar” cada momento da operação em Abbottabad “como se fosse hoje”.

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Os planos não foram bem recebidos pela maioria dos utilizadores que seguem a página da agência secreta norte-americana na rede de microblogging. Contra os cerca de 2200 likes que a publicação a anunciar a sessão de ‘live tweeting’ recebeu, houve muito mais críticas à ideia, com um utilizador a classificá-la de “grotesca e embaraçosa” e outros a publicarem GIF’s e memes de pessoas a revirarem os olhos ou a taparem a cara com as mãos.

Menos embaraçosa foi a entrevista de John Brennan à CBS News, transmitida na madrugada desta segunda-feira (hora portuguesa), na qual o atual diretor da CIA sublinhou o facto de, cinco anos depois da morte do cabecilha do grupo, a Al-Qaeda ter sido em larga medida desmantelada pelas forças norte-americanas.

Questionado sobre paralelismos com o autoproclamado Estado Islâmico (Daesh), Brennan defendeu que “remover o líder” desse grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, poderia ter um grande impacto nas tentativas de destronar o grupo. Mas, acrescentou, as agências de segurança estão neste momento, mais do que a lidar com um grupo terrorista, a lidar com um fenómeno, o que significa que o desafio se vai manter por muitos e largos anos.

“Penso que [o fenómeno do radicalismo] tem tido alguma ressonância, infelizmente tem apelado aos corações e almas e mentes de indivíduos que foram enganados pelas suas narrativas de que [pertencer ao Daesh] é uma bandeira religiosa”, lamentou Brennan na entrevista.

Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)

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