Cientista nuclear iraniano reitera versão de rapto pela CIA

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Shahram Amiri, o cientista nuclear iraniano que tinha desaparecido há mais de um ano, durante uma peregrinação a Meca, desembarcou ontem no aeroporto Imã Khomeini, onde reafirmou a versão de que estivera durante este tempo sequestrado pela CIA. Nos Estados Unidos, a versão oficial continua a ser a duma colaboração voluntária do cientista.

O avião que trouxe Amiri dos Estados Unidos fez escala no Qatar antes de aterrar no destino final, Teerão. Durante essa escala, o cientista falou com a televisão qatariana Al Jazeera e afirmou que durante os dois primeiros meses do sequestro sofrera torturas às mãos da CIA mas que, ao longo de 14 meses de pressão constante, nunca quebrara. Contraditoriamente, Amiri sustentou que se vira forçado pelos seus captores a afirmar num vídeo que estava a apreciar a vida no Estado do Arizona.

Também na sua conversa com a Al Jazeera, Amiri afirmou que fora raptado pela CIA com a colaboração das autoridades sauditas. Nos Estados Unidos terá ficado sob apertada vigilância, e sem poder comunicar com a sua família. Há dois dias, terá sido colocado por agentes norte-americanos à porta da embaixada paquistanesa em Washington, quando a CIA concluiu que já não precisava dele.

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Para além das informações sobre o programa nuclear iraniano, Amiri referiu à Al Jazeera móbeis propagandísticos para o seu rapto e sequestro: “Durante a minha estadia nos EUA, onde fui retido contra a minha vontade … queriam usá-la contra a República Islâmica, para poderem promover os seus objectivos políticos”. A Al Jazeera esclarece que não conseguiu obter confirmação independente das declarações de Amiri.

Posteriormente, ao desembarcar no aeroporto de Teerão, Amiri foi recebido por sua mulher e filho, bem como outros familiares e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Hassan Ghashghavi. Em curta conferência de imprensa, Amiri reafirmou a versão do rapto, alegadamente cometido em Medina, e mostrou-se em linha com as declarações oficiais iranianas.

Esssas declarações oficiais têm vindo a desvalorizar o nível de informações a que Amiri podia ter acesso, para negar a viabilidade da sua deserção. Em coerência com esta tónica, Amiri sublinhou a vertente propagandística dos móbeis norte-americanos e sustentou que a CIA lhe oferecera 50 milhões de dólares para ficar nos EUA e para difundir informações falsas sobre o programa nuclear iraniano.

A isto acrescentou Amiri que também agentes israelitas tinham participado nos interrogatórios, e que esses agentes pretendiam levá-lo para Israel. O vice-ministro Ghasghavi proferiu uma breve alocução, agradecendo a Amiri ter resistido à pressão que sofrera.

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