Presidente egípcio Mohamed Morsi está a ser fortemente contestado, um ano depois de ter tomado posse.
Milhões de pessoas saíram ontem à noite à rua no Cairo e em outras cidades egípcias para contestar a presidência de Mohamed Morsi, naquelas que estão a ser consideradas as maiores manifestações da história do país, de acordo com fonte militar citada pela agência AFP.
Os protestos anti-Morsi estenderam-se às imediações do palácio presidencial de Itihadiy e a várias cidades como Alexandria, Mansura, Menuf, Tanta, Mahalla e Zagazing.
Os manifestantes pedem a demissão de Mohamed Morsi, que completou domingo um ano de mandato, no maior protesto desde a revolução de 2011, que já provocou cinco mortos.
Na província central de Assiut morreram três pessoas quando um motociclista armado disparou sobre os manifestantes. Em Beni Sueif, outra pessoa morreu em confrontos entre apoiantes e opositores de Morsi e, no Cairo, no ataque ao quartel-general da Irmandade Muçulmana, outra pessoa acabaria também por morrer.
Para além das fatalidades, as autoridades contabilizaram também dezenas de feridos e pelo menos 46 detidos, a maioria por posse de armas.
Presidência aponta diálogo como caminho
A Presidência do Egito reagiu aos protestos, defendendo que o diálogo é a única forma de o país sair da crise e rejeitando a convocação de novas eleições. “O diálogo é a única forma para se chegar a um entendimento”, afirmou à imprensa o porta-voz da Presidência, Ehab Fahmy.
Os opositores de Morsi, liderados pelo movimento Tamarod (que significa rebelião em árabe) acusam-no de ter traído a revolução, que depôs o presidente Hosni Mubarak, ao concentrar o poder nas mãos de islamitas e arruinar a economia.
Em contrapartida, os apoiantes de Morsi alegam que este herdou muito problemas de um regime corrupto e que deveria cumprir o seu mandato até 2016.
