Civis que tentam fugir de Fallujah estão a ser abatidos pelo Daesh

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Duas semanas depois de o exército iraquiano anunciar uma das mais importantes ofensivas contra o autoproclamado Estado Islâmico (Daesh), destacando milhares de tropas para os arredores de Fallujah a fim de tomar de assalto a cidade e arrancá-la do controlo jiadista, o grupo continua a levar a cabo execuções de qualquer civil que tenta fugir.

De acordo com famílias que conseguiram escapar com vida e que falaram com o Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC), os “batalhões da morte” criados pelo Daesh com o único intuito de impedir a saída de civis da cidade estratégica estão a “abater a tiro” todos os que atravessam o rio Eufrates em direção ao campo de refugiados mais próximo daquela zona, que é gerido pelo NRC.

A organização não-governamental diz que pelo menos 50 mil civis ainda estarão encurralados em Fallujah, onde as batalhas das duas últimas semanas já provocaram a morte de pelo menos 130 soldados iraquianos e de um número indefinido de civis e de militantes do Daesh. Dessas 50 mil pessoas cerca de 20 mil serão crianças, de acordo com contas da UNICEF.

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À Reuters, Shakir el-Essawi, que dirige o conselho regional de Fallujah, disse que há cada vez mais iraquianos a tentar atravessar o Eufrates dentro de frigoríficos, armários e barris, numa tentativa de escaparem ilesos às balas.

“Os nossos maiores medos confirmam-se agora de forma trágica, com civis a serem diretamente atingidos quando tentam fugir pela sua segurança”, disse Nasr Muflahi, diretor do NRC no Iraque, num comunicado citado pela BBC em que responsabiliza “grupos da oposição armados” pelo abate de civis. “Isto é o pior que temíamos que pudesse acontecer a homens, mulheres e crianças inocentes, que tiveram de deixar tudo para trás a fim de salvarem as suas vidas.”

Fallujah dista cerca de 50 quilómetros de Bagdade, para oeste, e está sob jugo do Daesh desde 2014. É um dos dois últimos bastiões do grupo no Iraque e é considerado o mais importante, por abrir um corredor direto até à capital do país.

Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)

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