Classificação de imóvel de interesse municipal permitirá à Câmara expropriar Hotel Guadiana

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A Câmara de Vila Real de Santo António prepara-se para aprovar a classificação de imóvel de interesse municipal o emblemático Hotel Guadiana, o que permitirá ao município proceder à expropriação, com o objetivo de promover a sua reabertura.

A autarquia algarvia pediu há cerca de 10 meses ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico (IGESPAR) a classificação do edifício como imóvel de interesse municipal e no processo de consulta pública não se registou qualquer oposição.

Nesse sentido, disse à Lusa o presidente da Câmara, Luís Gomes, a autarquia “pode agora classificar o edifício e proceder à expropriação”.

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O objetivo do município é garantir que o emblemático hotel, situado em pleno centro histórico pombalino, e que está a degradar-se de dia para dia, venha reabrir, adiantou.

Após a consulta pública “não houve qualquer oposição por parte do proprietário e dos inquilinos, também não houve oposição do IGESPAR, e vai já à próxima sessão de câmara a classificação de imóvel de interesse municipal, pelo que a câmara vai proceder agora à expropriação”, afirmou o autarca.

“Não podemos é ter um património como este, que é uma referência e um elemento arquitetónico importante para a cidade a degradar-se. É preciso jogar mão e pôr termo ao processo de degradação constante do imóvel”, frisou.

Se se efetivar a questão da expropriação, o autarca adiantou que irá colocar o imóvel no mercado “para que o hotel volte a funcionar”.

Luís Gomes disse ainda esperar que “no próximo ano o processo possa estar concluído”.

O Hotel Guadiana, inaugurado, em 1926, foi desenhado pelo arquiteto de origem suíça Ernesto Korrodi e é um dos mais emblemáticos edifícios da cidade algarvia devido à sua traça de “arte nova”.

O edifício chegou a estar completamente abandonado e degradado, mas em 1987 um privado recuperou o hotel, que reabriu em 1992 e se manteve em funcionamento até 2007, ano em que fechou devido a dificuldades financeiras dos seus herdeiros.

Um desses herdeiros descobriu em 2007 que o hotel tinha sido vendido ao atual proprietário devido a “uma burla do advogado Luís Sommer Martha, que obteve procurações com falsos pretextos e vendeu o hotel por 1,1 milhões de euros, verba abaixo do seu real valor e da qual se terá apropriado”.

A Polícia Judiciária deteve Sommer Martha em janeiro de 2009 e o advogado ficou em prisão preventiva, acusado dos crimes de burla agravada, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.

O atual proprietário, a quem Martha vendeu o hotel, hipotecou o imóvel como garantia do empréstimo bancário feito para financiar a operação, segundo o mesmo herdeiro.

AL/JA

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3 COMENTÁRIOS

    • PG, o sr. Gomes, que eu saiba, não é ladrão. Abusador do poder ainda concordaria. Ladrão, não. No entanto, acho que ajudaria a limpar a imagem se vendesse o BMW da Câmara, pago por todos nós, que utiliza abusivamente para uso pessoal e adquirisse um carro mais modesto, só para uso oficial.

  1. Senhor Luis Gomes:
    O senhor sabe perfeitamente que o hotel tem dono e que so esta a espera do resultado da sentença do roubo de que foi vitima, para iniciar as obras no hotel. O senhor fugiu sempre de falar com a dona que fez varias tentativas nesse sentido e agora diz que vai expropriar o Hotel? Vou levantar outro processo em tribunal, desta vez e contra o presidente.Nao e assim que se tiram os bens as pessoas. O senhor nunca me informou das suas intencoes e sabe perfeitamente que o caso esta em julgamento. Porque nao espera para saber o resultado? Espero que desta vez nao tirem o comentario como aconteceu ontem.Ha coisas que nao interessam que o publico saiba.

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