Comerciantes temem efeito da abertura dos hipermercados aos domingos

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A Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) acusou o Governo de dar “mais uma machadada no comércio tradicional” ao aprovar o decreto-lei que permite a abertura das grandes superfícies aos domingos e feriados.

A ACRAL defende que a medida aprovada quinta feira pelo Conselho de Ministros, que transfere para as autarquias a decisão sobre a abertura ou não dos hipermercados nos únicos dias em que se encontravam encerrados, “terá um impacto negativo fortíssimo”, pode levar “à destruição de inúmeras micro e pequenas empresas” e aumentar os números do desemprego, à semelhança do que aconteceu com a falência do grupo Alicoop.

“A ACRAL, enquanto Associação Comercial de maior representatividade no Algarve, lamenta que o mesmo (decreto-lei) tenha sido aprovado sem que todas as partes envolvidas neste processo tenham sido ouvidas e responsabiliza o Governo por passar a ‘batata quente’ que tinha nas mãos, através do lobby da grande distribuição, para a esfera das autarquias”, pode ler-se num comunicado da associação.

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O texto sublinha que “o Algarve é a região do país com a maior taxa de metros quadrados de grandes superfícies por mil habitantes e uma das maiores da Europa” e apela às câmaras municipais para terem “consciência do impacto negativo que esta medida irá ter na região e, ao contrário do que foi feito no passado, tomarem as medidas necessárias para evitar que casos como o da ALiccop/Alisuper voltem a acontecer”.

“Temos de ter uma região que privilegie a economia local e não os interesses dos grandes grupos de distribuição alimentar”, defendeu a ACRAL.

A Associação entende por isso que a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), “enquanto entidade que congrega todos os municípios”, tem a “oportunidade de dar diretrizes muito claras e definir uma politica macro económica para a região no que diz respeito à abertura e horário das grandes superfícies”.

“Este tem sido o grande calcanhar de Aquiles na politica económica e comercial da região, porque nunca houve uma politica integrada da região e cada município, mediante os interesses locais que tem, foi aprovando grandes superfícies sem terem em conta o impacto negativo que isso iria trazer ao comercio local”, acrescentou.

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