A imprensa italiana avançou esta quinta-feira que a companhia proprietária do navio “Costa Concordia”, que naufragou junto à costa italiana, teve conhecimento de que existia um problema a bordo mais de uma hora (68 minutos) antes de ter começado a evacuação.
Segundo o Corriere della Sera, citado pela edição on-line do jornal Sol, a empresa não terá avançado com a evacução imediata para evitar o pagamento de indemnizações aos passageiros no caso de a evacuação se revelar desnecessária. De acordo com o regulamento do navio, cada passageiro terá que ser indemnizado em 10 mil euros no caso de desembarque, por qualquer motivo, em qualquer local que não seja um dos que estão previstos no plano da viagem. Feitas as contas, a empresa teria que pagar qualquer coisa como 30 milhões de euros em indemnizações.
Ainda segundo o Corriere della Sera, o comandante Francesco Schettino terá falado três vezes com o chefe da denominada Unidade de Crise da companhia, antes de o navio naufragar.
Os jornais italianos dizem agora que, a confirmar-se estas revelações, passam a levantam-se duas questões: “Terá a empresa subestimado o problema devido à omissão de Schettino sobre o que estava realmente a acontecer?” ou “Os dirigentes da companhia de navegação decidiram não dar o alarme para evitar consequências económicas desastrosas para a empresa?”.
A companhia Costa Cruzeiros admitiu que o acidente ficou a dever-se a erro humano. O comandante Francesco Schettino está em prisão domiciliária e está acusado de
múltiplo homicídio por negligência, naufrágio e abandono do navio.
Entretanto, as buscas ao navio foram suspensas esta sexta-feira devido às condições metereológicas que fazem sentir junto à ilha de Giglio, onde o navio naufragou, faz hoje, precisamente, uma semana. De acordo com as autoridades italianas, morreram onze pessoas e 28 continuam desaparecidas.
