Munirmo-nos de estatísticas para demonstrar o impacto social e económico da indústria de casino no geral, e do casino online em particular, em Portugal, parece ser um bom ponto de partida para a sua compreensão.
Vitoria Oliveira, a autora do artigo, deixa-nos alguns dados e informação relacionada dirigida a leitores portugueses de todas as idades.
Benefícios
A indústria de casino tem uma longa história no nosso país e nesse sentido é-nos mais fácil analisar o impacto, no qual se incluem, entre outros, os benefícios económicos dos casinos. Em termos do segmento de casino online, o impacto vai muito além de permitir que qualquer pessoa com um equipamento ligado à internet jogasse jogos de fortuna e azar, de graça ou a dinheiro, como poker, slots, blackjack, roleta ou bacara online.
Um dos aspetos que torna esta indústria tão atrativa é o facto de oferecer benefícios a praticamente todas as partes envolvidas: aos jogadores, aos operadores das casas e ao Estado, uma vez que as suas atividades estão claramente reguladas.
No que toca aos jogadores, iniciantes incluídos, há frequentemente benefícios especiais, seja sob a forma de um bónus em dinheiro, créditos ou ofertas de utilização única. E o Estado, a partir do momento em que a lei é aprovada, vê entrar largas centenas de milhões de euros em receitas geradas por apostas e jogos online nos cofres públicos.
Perigos
Existem de facto perigos nesta indústria, mas com alguns cuidados e atenção é possível evitá-los e resolvê-los.
Um dos maiores são as empresas ilegais, seja por ausência de licença válida em Portugal ou por intuitos criminais ou pouco transparentes. Nestes casos, o Estado sai lesado por fuga aos impostos, os jogadores não têm salvaguardas e chegam a perder ganhos ou depósitos, e as próprias casas licenciadas que enfrentam concorrência desleal.
Só no 2º trimestre de 2021, o SRIJ notificou 48 operadores de jogo ilegais no nosso país no sentido de encerrarem atividade!
Outro dos grandes perigos impacta particularmente os jogadores, mas também o meio envolvente, incluindo a sua família, amigos e colegas de trabalho: a adição! Felizmente, parecemos estar na direção certa para assegurar um ambiente físico e online divertido e seguro para os jogadores portugueses, com várias instituições, como o SICAD, a
dedicarem-se ao apoio e tratamento de adições.
Mas afinal qual é o impacto económico?
O impacto económico dos casinos físicos sempre foi forte nas áreas em torno da sua localização, potenciando o crescimento do retalho, como é o caso de inúmeros locais de restauração e diversão diurna e noturna, serviços de apoio às atividades e outros gerados direta ou indiretamente.
Por norma, estes casinos encontram-se em locais com forte componente turística, nomeadamente destinos balneares ou em cidades importantes, e em Portugal até temos algumas das casas mais antigas da Europa!
Já o impacto económico dos sites de casino é sentido de forma ligeiramente diferente. Em termos práticos, o tipo de intermediário comum inclui indivíduos, empresas e entidades com uma forte componente online e, como tal, a riqueza gerada é menos visível.
Por exemplo, de acordo com os dados mais recentes do SRIJ, só o Estado arrecadou no 2º trimestre em IEJO (Imposto Especial de Jogo Online) 38,8 milhões de euros.
E o impacto social?
Não há dúvida que a economia de casino é importante, mas o impacto social da indústria de casino não fica em segundo plano.
No que toca à nossa realidade, tem sido no geral muito positivo, especialmente graças ao RJO de 29 de junho de 2015.
Se até então nada era regulado online e os jogadores portugueses eram deixados ao abandono, quando confrontados com um problema ou irregularidade, agora temos uma série de ferramentas imprescindíveis que minimizam a maior parte dos impactos negativos