Um dos melhores treinadores do mundo, Jürden Klopp, alemão de 53 anos, à frente dos destinos do Liverpool desde 2015, e que na época passada se sagrou campeão da Premier League, após 30 anos de jejum, por parte do clube de Anfield, tornando-se na primeira equipa a ganhar o título, em mais de 130 de história, sete jornadas antes do final da temporada, deixando o Manchester City de Pep Guardiola, a 23 pontos de distância, viu-se agora, nestes tempos terríveis que vamos vivendo, numa situação tão injusta quanto cruel.
Com o falecimento de sua mãe, Elisabeth Klopp, de 81 anos, faleceu na Alemanha e o treinador viu-se impedido de viajar para o seu país natal para poder assistir ao funeral, devida às restrições impostas pelos dois países em função do protocolo em vigor de prevenção face à pandemia de Covid-19.
Cá, como lá, a lei impiedosa das restrições a originar uma situação que levou o conceituado treinador a expressar-se ao diário alemão ‘Schwarzwaelder Bote’: “Significava tudo para mim. Era uma mãe de verdade, no melhor sentido da palavra. Como cristão devoto, sei que ela está num lugar melhor agora. O facto de eu não poder ir ao funeral deve-se a esses tempos terríveis. Assim que as circunstâncias permitirem, faremos uma lembrança apropriada”, afirmou sensatamente o astro alemão.
Face ao infeliz momento por que atravessa o seu técnico, os responsáveis diretivos do clube apresentaram sentidas condolências: “Nunca caminharás sozinho, Jürgen”. Igualmente a Premier League, se manifestou: “Os nossos pensamentos e condolências de todos da Premier League estão com Jürgen, a sua família e amigos neste momento complicado”.
Mais complicado é quando, por culpa dos próprios responsáveis diretivos de alguns dos clubes, cá pelo nosso burgo – agora, em tempo de pandemia, como já antes disso – , se promovem e atiçam desmandos que, em nada e por nada, prestigiam a competição, o espectáculo desportivo, dando mostras de um péssimo exemplo, sobretudo à geração que hoje desponta que, legitimamente, esperará de nós, adultos, que não nos movamos num qualquer projeto desprovido de princípios e de valores.
Justificando, vezes quantas, que se traga ao palco dos acontecimentos, sem ruído nem holofotes acesos, a necessidade de se chamar à atenção, fazendo recordar que o Desporto, e o futebol em particular, nasceu como Ética e que, sem Ética, não se justifica a sua prática.
Não é pensando que somos, é sendo que pensamos!
Humberto Gomes
*”Embaixador para a Ética no Desporto”