Comunicando desportivamente: As Autarquias e o Desporto: ‘É preciso conhecermo-nos’

‘É preciso conhecermo-nos’, “…de viver local e pensar global…”

Na reta final destes nossos ‘ensaios’ – este é o penúltimo -, e porque nada é imutável, antes se torna possível e, vezes quantas, desejável integrarmos as nossas ideias/pensamentos com mais uma assertiva mais-valia que nos permita (melhor) fundamentar o que pretendemos transmitir, comunicando desportivamente.


Vem este intróito, a propósito de um escrito do nosso estimado companheiro Carlos Albino quando, na última edição do “The Times” do Algarve, nos deliciou com: ‘É preciso conhecermo-nos’ e, a dado passo, no sub-tema, ‘Os Governos Municipais e a Universidade’, e citamos: “devem estreitar relações nesse sentido. Conviria que acolhessem cada vez mais os jovens estudiosos das várias áreas, dando-hes a possibilidade de se entregarem ao estudo metódico de que necessitam. Apoiando-os, libertando-os da angústia de ter de fazer o trabalho sem saberem como sobreviver no dia seguinte. Mas, sobretudo, procurando que os livros de estudo, os ensaios, não fiquem fechados nos caixotes depois de publicados. Ajudar a que a população desperte para o interesse pelo conhecimento do que nos é próximo, sobretudo quando, neste momento, a máxima de viver local e pensar global entrou nas nossas vidas. Pensar assim seria revolucionário – não se deve apagar a palavra – no Algarve”. E, como se não bastasse, o quanto esta ideia/pensamento – a caminho da ação – representa, em jeito de forma de estar responsável e responsabilizante, ainda, Carlos Albino, qual cereja no topo do bolo, nos remata – com o pé mais à mão…-, com este rodapé…: Flagrante evidência:


“O insulto é o argumento dos que nasceram só com garganta”.


E este… “só com garganta”, a justificar fazer parte integrante de eventual comportamento hipócrita, quando se torna no hábito, não de elogiar, mas de bajular os outros na expetativa de, em balanço final sobrante…, espreitar, qual manhosa raposa, se sobrará alguma coisa para eles – aqueles que alinham pelo disparate de considerar que ter fair play é uma treta…-, numa insidiosa ‘missão’… que apenas servirá para ampliarem, com muitos decibeis, os seus desenfreados egos-.

Afinal, na vida como no desporto, e regressando a uma soberba visão de mestre – porque sábio! – José Manuel Constantino: “As Autarquias portuguesas devem-se preocupar, isso sim, em criar condições para o desenvolvimento desportivo das respetivas comunidades, o que prosaicamente significa, tão só, ter mais gente a praticar melhor desporto, porque aí encontrarão a sua natural vocação. E se o fizerem de modo adequado, não lhes sobra tempo, nem dinheiro, para outras aventuras. Entre as pressões e as necessidades de muitos, a opção só pode ser por estes. Pelos cidadãos”.


Indiretamente, e ao correr da pena, na abordagem deste sub-tema: ‘Como gerir as instalações desportivas?’ muito terá sido dito sobre que forma e de qual o modelo para cumprir tal desafio, ficando nós com a convicção de que se trata de matéria a que, globalmente, se tem dado reduzida importância, o que tem originado, em muitos casos, situações que, com maior ou menor gravidade, terá afetado o setor das infraestruturas desportivas.

É que a problemática da gestão das instalações desportivas raramente é equacionada em termos rigorosos, principalmente por carência de procedimentos que deveriam ter por objetivo uma assertiva e bem conseguida otimização social e desportiva, òbviamente que considerando a vertente económica, destriçando o que é do domínio público, associativo ou privado.

Concretamente, e no que à gestão pública das instalações diz respeito, importará ter em linha de conta o equilíbrio entre as receitas e as despesas, de manutenção incluídas, com uma adequada planificação, face ao conhecimento local com um pensar global, de horários, tipos de utilização e número de utilizadores.

Neste contexto, sobretudo se em presença de instalações desportivas, a posição das Autarquias deverá ser de grande abertura e flexibilidade, inviabilizando qualquer resistência, seja de natureza cultural, programática ou ideológica, na medida em que, acima de tudo, estará a sua indiscutível função social de e para os cidadãos.

A uma jornada do fim destes despretensiosos ‘ensaios’, tendo como pano de fundo de que não é pensando que somos – ou até apregoamos -, é sendo que pensamos(!), convictamente continuaremos a procurar desbravar o melhor e mais assertivo caminho, suscitado pela pergunta: ‘Que Futuro Autárquico?’.

Fecharemos, na próxima edição, com: As Autarquias e o Desporto, com o sub-tema: ‘Conhecer para agir e agir para transformar’.

Humberto Gomes

*“Embaixador para a Ética no Desporto”

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