A servir de desculpa a Masut Ozil, meio-campista alemão, de 32 anos, com um provento anual de 18,2 milhões de libras, ao serviço do Arsenal de Londres.
Ozil, que havia protagonizado uma das polémicas que marcou o verão passado com o seu clube e que está sem jogar desde Março último, por se ter recusado a rescindir com o emblema londrino, vê-se agora envolvido a braços com a justiça por ter sido apanhado em excesso de velocidade numa autoestrada em Londres.
Argumenta Ozil que o problema foi… – imagine-se! – a unidade de medida, defendendo em tribunal que ao conduzir a 157 Km/h se deveu a ter feito confusão com as regras aplicadas na Alemanha, uma vez que aí a velocidade é medida em quilómetros e não em milhas, expressando-se assim: “Quando penso no que aconteceu, acredito que foi uma combinação de vários fatores. A estrada estava vazia, sem qualquer carro, e confundi as milhas com os quilómetros”.
Acrescentando, ainda: “Conduzia a 97 milhas, admito que o meu comportamento foi inaceitável e a única explicação que posso dar é que devido à ausência de outros veículos, a minha concentração deve ter diminuído momentaneamente. Não foi por mal”.
Como não deva ser por mal, quando voltar a jogar, falhar um passe ou uma interceção, para justificar o salário princepesco que aufere, ainda que com poucos… jogadores no terreno de jogo.
Ser praticante de futebol, ou de qualquer outra modalidade, deve constituir uma experiência de liberdade, até com um dinamismo e uma afirmação irreprimível de vida, que não se pode nem deve dissociar-se dos valores indispensáveis ao ser e ao agir de cada um de nós.
Com esta estafada desculpa, Ozil, vem, afinal, dar mostras de que não é pensando que somos, é sendo que pensamos!
Humberto Gomes
*“Embaixador para a Ética no Desporto”