Comunicando desportivamente: Futebol e saúde pública

Anunciava o nosso primeiro ministro, que a realização da fase final da Champions no nosso País, e em Lisboa mais concretamente: “é um prémio aos profissionais de saúde”.


Num contexto de pandemia, com o agravamento da situação – veja-se o desrespeito e irresponsabilidade reinante nalgumas festas realizadas, em claro incumprimento das regras de distanciamento e de higienização dos locais, a que correspondeu a subida de casos de covid-19, nomeadamente em Lagos, Carcavelos, Docas de Lisboa, Porto e Braga -; o risco é grande, obrigando os profissionais de saúde a um estado de alerta acrescido, para além daquele que decorre em condições normais, da sua nobre e nobilitante profissão.


Até lá, até à sua realização em Agosto, cada vez mais será previsível não ser permitido jogos de futebol com público nos estádios. O seu visionamento existe em cafés e esplanadas, sem o devido controlo de distanciamento, naturalmente extensível a todo o País, o que poderá corresponder a que se abriram estádios muito maiores.


Se é verdade que trazer a Champions para Portugal poderá ser considerado uma honra, talvez que, na outra face da moeda, se deva equacionar de qual irá ser o quadro global da pandemia na Europa em Agosto, e, particularmente no nosso País.


Bom seria que a Direção Geral de Saúde, não caísse na tentação de afirmar uma coisa e o seu contrário em dias diferentes, a exemplo de, como no seu reconhecido mérito humorista, o Herman José, nos presenteou recentemente.


De tentação em tentação, igualmente aconselhável seria que não se ficasse com a sensação de que a relação da política com o futebol não se deva resumir a uma espécie de “realityshow”.


Pela simples razão de que o desporto e, na circunstância, o futebol, nasceu como Ética e, sem Ética, não se entenderá a sua prática, mormente em presença de uma crise pandémica, evitando-se a todo o custo cair-se numa grave situação de passarmos de quase heróis, pela maneira como estivemos confinados, a uma de à beira de sermos considerados como de “carrascos do desconfinamento”.


Em tudo e por tudo em nome da saúde pública!


Humberto Gomes

“Embaixador para a Ética no Desporto”

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