Comunicando desportivamente: Reconhecimento e gratidão

Reconhecimento e gratidão: “Se não tivesse o pai que tenho…!”

Foram suas as três melhores marcas na final do triplo salto nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Com a melhor marca a situar-se nos 17,98 Pedro Pichardo, logrou conquistar a medalha de ouro. Além da medalha também lhe ficaram a pertencer um novo recorde nacional e o melhor registo mundial do ano, quando já em Setembro havia vencido a Diamond League.


É incontestado o mérito deste extraordinário atleta, nascido em Cuba, há 28 anos, e naturalizado português; que, pela pena de Sara Guterres, do nosso confrade ‘mais SPORT’ do Correio da Manhã, lhe concede uma entrevista, na qual sublinha, “sem hipocrisia” não ter “este ano representado um ano de sonho”, pois que: “Eu queria mais. Não falo de títulos, refiro-me às marcas. Nesse sentido, sinto-me um pouco vazio. Queria fazer saltos maiores”.

Que objetivos/ambição


São dois, focado que está e por trabalhar 100%, e a saber:

Bater o recorde de 18,29 m, pertença do britânico Jonathan Edwards;

Conquistar mais duas medalhas olímpicas.
Para, depois: “com 35 anos acabar a minha carreira, sentindo-me realizado como atleta”.

Uma curiosidade: Atletismo versus xadrez


Perguntado se terá havido algum momento em que achou que não iria chegar ao ouro em Tóquio, é peremtório : “Nunca duvidei. Quando tento fazer alguma coisa, não duvido. Gosto muito de jogar xadrez. Quando tomo uma decisão é porque já analisei em muitas opções”, numa afirmação a revelar auto-confiança nas suas reais capacidades.

Valorizar a modalidade e a relação atletismo/futebol


Importará muito atentar nesta sua esclarecida opinião, na medida em a vivencia ‘no terreno’ : “É preciso apoio do Governo, dos clubes. Se calhar não fica bem dizer isto, mas o problema é sobretudo económico. Toda a gente vai para o futebol por causa do dinheiro. Qualquer jogador de futebol consegue viver bem. No atletismo não é assim. Tens de ser muito bom para conseguires viver mais ou menos. Qualquer jogador de futebol que seja suplente de uma equipa principal ganha mais do que eu. Essa parte é que me choca. É complicado para mim entender”.

Reconhecido e grato


E, Picharo, onde guarda a medalha ? : “Está no sítio onde ficam as outras. No dia em que eu pensar que esta medalha já é tudo para mim, vou ficar conformado. Sou campeão olímpico, mas continuo a ser o Pedro. Aquele miúdo que chegou a Portugal com a ambição de ganhar tudo”. Lição de vida: reconhecido mas grato e, pelo que já revelou, também ambicioso.

Ter o pai como treinador é vantajoso…


Decidido, com os pés – que, afinal, suportam os saltos – e a mente fresca . “A vantagem é que se não tivesse o pai que tenho, não estava onde estou hoje. A desvantagem é que o meu pai não me larga (risos). Tenho 28 anos e, por vezes, ele acha que ainda tenho 15. E é ainda pior porque moramos juntos. Passa o tempo quase todo no quarto a ver vídeos. E quando sai do quarto é para falar comigo sobre desporto (risos)”.


Na vida como no desporto, já nos transmitia o nosso príncipe poeta : “Não é pensando que somos, é sendo que pensamos!”

Humberto Gomes
*“Embaixador para a Ética no Desporto”

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