Comunicando desportivamente: Sonho, sorte e trabalho

Depois de em 2019 se ter sagrado campeão do mundo de Judo (menos de 100 Kg), eis que, agora em Budapeste, Jorge Fonseca, atleta olímpico do Sporting, alcança o memorável título de bicampeão mundial.


À sua chegada a Portugal, na condição única de ter sido o primeiro atleta português bicampeão mundial numa modalidade olímpica, recusa-se a entrar na história. São dele estas declarações: “Ainda não entrei na história, porque tenho um grande sonho, que é ser campeão olímpico. Estou feliz por ter conquistado dois títulos em mundiais, mas o meu grande objetivo é ser campeão olímpico”. Assim mesmo, de forma decidida, para concretizar um grande sonho. E por que não? Tal como o afirma Tom Fitzgerard: “Se podemos sonhar, também podemos tornar nossos sonhos em realidade”.


Ciente das suas capacidades, o nosso bicampeão mundial, faz uma alusão à sorte: “Na primeira vez, disseram que foi sorte, a segunda já não pode ser sorte”. Talvez que para Jorge Fonseca a sorte para chegar até ele tenha de passar pelas condições que o seu carácter lhe impõe, que o mesmo será dizer que a sorte só favorece quando a mente está preparada. E a do nosso maior, a nível mundial, parece estar! E também, noutro ângulo de observação, porque a sorte não se compra, apenas se merece!

Por sabermos nascer da sua perseverança uma vontade indómita de treinar, surge-nos no caminho outro campeão, este no golfe, Tiger Woods: “Quanto mais eu treino, mais eu tenho sorte”.


Não sendo: “já não pode ser sorte”, ainda que haja quem defenda que não há campeões sem sorte, será de atribuir a quê, Jorge Fonseca? A resposta, segura e determinada: “É muito trabalho, força de vontade, foco e determinação. Trabalhei bastante para este título e mostrei que não dependo de nada para ser quem sou”.

Fantástica esta afirmação, que na hora de se sagrar campeão mundial, recebeu a honraria de uma chamada – que não poderá ficar só por aqui… – de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República.

Ficará a faltar uma referência, ajustada, comprometida e desafiante para o trabalho bastante, da autoria de Patricia Assmann:

“Trabalhar bastante é bom. Desde que sobre tempo para amar. Sem amor a vida perde o sentido. Gente não é máquina. Nosso combustível é o amor”.


Jorge Fonseca, estamos crentes que saberá dar a melhor resposta.


Completada a trilogia do sonho, sorte e trabalho, retenhamos este “mostrei que não dependo de nada para ser quem sou” (!), que resultará da retrospetiva que o nosso bicampeão mundial terá feito, face ao seu extraordinário percurso, enquanto atleta de eleição, em que manifesta ser positivo, paciente e, acima de tudo, com um elevado grau de perseverança (por muitos considerada a mãe da sorte); afinal, a chave mestra para mostrar quem é!

São destas fornadas que nascem os ídolos. Sim, ídolos, porque ensinam, sendo!

Desta feita com um grande sucesso, obtido com muito valor, a importância de ficarmos com a ideia/pensamento de que não é pensando que somos, é sendo que pensamos!

Humberto Gomes
*“Embaixador para a Ética no Desporto”

Deixe um comentário

Exclusivos

Algarve comemora em grande os 50 anos do 25 de abril

Para assinalar esta data, os concelhos algarvios prepararam uma programação muito diversificada, destacando-se exposições,...

Professor Horta Correia é referência internacional em Urbanismo e História de Arte

Pedro Pires, técnico superior na Câmara Municipal de Castro Marim e membro do Centro...

O legado do jornal regional que vai além fronteiras

No sábado passado, dia 30 de março, o JORNAL do ALGARVE comemorou o seu...

Noélia Jerónimo: “Cozinho a minha paisagem”

JORNAL do ALGARVE (JA) - Quem é que a ensinou a cozinhar?Noélia Jerónimo (NJ)...

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.