COMUNICANDO DESPORTIVAMENTE:

Poder-se-á considerar o que, em síntese, Tarantini extrai do seu exemplar percurso, enquanto jogador de futebol.
De seu nome completo Ricardo José Vaz Alves Monteiro, hoje com 36 anos, capitão e centro-campista ao serviço do Rio Ave, começa por nos relatar como surgiu o alcunha de Tarantini: “Jogava no Sporting da Covilhã e o meu treinador era João Cavaleiro.

Certo dia disse-me que era igualzinho a um tal de Alberto Tarantini, antigo defesa esquerdo da seleção da Argentina”. Nome que colou, ao ponto de já não se lembrar de quando foi tratado por Ricardo. Até a minha esposa me chama de Tarantini. Adoro”, acrescenta Ricardo.


De salientar que Tarantini, em 2018, publicou um livro a que deu o sugestivo título de “A Minha Causa”, que tem vindo a ser apontado como exemplo, sobretudo para os jogadores de futebol no “depois do adeus” às suas carreiras.


Nesse mesmo ano foi eleito com o prémio “Ética no Desporto”, o que diz bem da sua postura enquanto especialista na temática das transições de carreira no desporto em Portugal.


Tarantini que nos relata um pouco do seu percurso: “Nunca fui um mago da bola. Nunca fui o melhor da escola nem sequer pelos clubes onde andei. A transição júnior para senior e ao longo destes 20 anos de carreira profissional, mostrou-me que não há espaço para todos, nem mesmo lugar cativo para aqueles que tratam a bola por tu. Até podem dizer que o futebol é injusto! Mas, então onde caberiam aqueles que fazem da vontade, resiliência e determinação, as suas armas? Não há dúvidas, que o futebol dá oportunidades àqueles que verdadeiramente a querem agarrar. Eu sou um deles”.


E, de forma sustentada e assertiva, ainda refere: “A partir de certa altura da minha carreira, apercebi-me que nem todos podem ser os melhores do mundo”.


Razão pela qual escolhemos para título esta afirmação de Tarantini: “Conhecermo-nos, é uma virtude, não é limitar a ambição”, ao mesmo tempo que complementa o seu raciocínio: “É saber estabelecer estratégias. E aí há uma marca que me distingue”, refere justificadamente, rematando com o pé ou de cabeça, afinal de corpo inteiro: “São já 27 anos de vida, a conciliar a escola e o futebol.

Em 2001 a licenciatura, em 2014 o mestrado e em 2017 o doutoramento”. Elucidativo, acrescentaremos! Para, de forma categórica, sublinhar: “A conclusão deste último vai permitir afirmar ainda mais essa marca. Será a minha bola de ouro”.


Pelas (muitas) razões aduzidas, compreender-se-á que, face ao exemplar percurso, tenha sido distinguido com o prémio “Ética no Desporto”.


De que, particularmente o futebol, tanto precisa, como, a fechar, em jeito de remate final, Tarantini nos dá conta. “É possível conciliar carreiras e jogar num nível alto, pois uma grande certeza vai acontecer, um dia : qualquer profissional de futebol vai pendurar as chuteiras. O grande vazio, identificado pelos ídolos de outrora, vai chegar e uma nova carreira nascer”.


Que lição de vida para, num último time out, termos presente, em homenagem aos seus progenitores, esta recordação de Tarantini: “Os meus pais sempre me disseram, que a maior herança que me podiam dar era a minha formação académica”.


Nada mau, em tempo de justificado e responsável confinamento.
Afetuosamente, aquele abraço.

Humberto Gomes
“Embaixador para a Ética no Desporto”

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