Confraria põe gastronomia algarvia nas bocas do mundo

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O Algarve da sardinha assada e do frango da Guia já era. Graças ao esforço da Confraria dos Gastrónomos do Algarve, a região resgatou nos últimos cinco anos uma série de receitas tradicionais do mar, serra e barrocal, sem esquecer a doçaria, que estão a fazer as delícias e a surpreender portugueses e estrangeiros. O grão-mestre da confraria, José Manuel Alves, avança ainda ao JA que a gastronomia algarvia permite aos algarvios comer bem, sem deixar de lado a preocupação de gastar pouco dinheiro, nesta altura de crise, em que o rendimento não estica.

 

Galinha cerejada, papas de milho (xarém), cozido de grão ou cozinha de batatas à algarvia são apenas alguns dos pratos tradicionais algarvios que outrora enchiam a barriga aos pobres e, hoje em dia, são cada vez mais apreciados em restaurantes ou tasquinhas típicas por toda a região.

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“O Algarve apresentava uma grande lacuna na gastronomia. Até há poucos anos, as pessoas apenas ouviam falar da sardinha assada e do frango da Guia, pouco mais. Neste momento, a cozinha regional, não só do litoral mas também da serra e do barrocal, está muito mais divulgada e valorizada”, refere ao JA José Manuel Alves, grão-mestre da Confraria dos Gastrónomos do Algarve.

Criada em 2005, a confraria definiu como objetivo “promover a gastronomia tradicional e típica algarvia” e foi responsável pela recuperação de muitas receitas antigas que quase caíram no esquecimento.

“Mostrámos ao longo destes anos que a gastronomia do Algarve é bastante rica e variada”, salienta José Manuel Alves, frisando que a confraria vai “continuar a mostrar que o que é nosso é bom e é melhor”.

“No caso da doçaria a situação é idêntica. Quando começámos, a doçaria algarvia era apenas conhecida pelos Dom Rodrigos e pelos doces finos. Hoje, a doçaria regional é muito mais do que isso e é apreciada em todos os locais onde vamos. Dizem-nos mesmo que temos os melhores doces do mundo”, sublinha.

Comer bem e gastar pouco!?

O grão-mestre da Confraria dos Gastrónomos do Algarve, que também é vice-presidente de Portugal do Conselho Europeu das Confrarias, realça que “a cozinha tradicional algarvia atravessa um momento muito bom e está a dar que falar entre as confrarias portugueses e internacionais”.

“Conseguimos surpreender muita gente com pratos e doces que estavam quase esquecidos e que fazem parte de um legado riquíssimo”, sublinha.

Além disso, e como nem a gastronomia passa ao lado da crise, José Manuel Alves refere que a cozinha regional permite comer bem, gastando pouco dinheiro.

“Atualmente, a cozinha do Algarve que está em voga era anteriormente a dos pobres, ou seja, está assente em produtos baratos, como o milho, as couves, o feijão e o grão, entre outros”, acentua o grão-mestre da confraria, nomeando pratos como o xarém, os carapaus alimados, a sopa de tomate ou a sopa à montanheira como exemplos de “comer bem e muito barato”.

Para José Manuel Alves, o Algarve tem assim todas as condições para se impor como uma das melhores regiões gastronómicas do mundo. E isso pode trazer muitas vantagens para o turismo algarvio, uma vez que, seja em viagens de férias ou negócios, a gastronomia está sempre presente.

Nuno Couto/Jornal do Algarve
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