– garante Martins dos Santos, o novo presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS). Ao JA falou sobre a forma como irá gerir os serviços de saúde da região numa fase em que o orçamento deverá ter um corte na ordem dos 10 a 15 por cento. Admitindo que a saúde é uma área particularmente sensível, diz que vai empenhar esforços para garantir os melhores cuidados de saúde na região face aos recursos de que vai dispor
Jornal do Algarve – Que tipo de garantias é que os algarvios podem ter em termos dos cuidados de saúde públicos na região em 2012?
Martins dos Santos – Podem ter a garantia de que tudo faremos para continuar a garantir a qualidade dos serviços de saúde prestados à população. Tudo faremos para garantir e a melhorar a acessibilidade dos utentes aos cuidados de saúde, apesar de sabermos que, do ponto de vista dos recursos financeiros, a situação é muito complicada. É nossa intenção identificar áreas onde se possa dar seguimento a essa necessidade premente de restrição orçamental e financeira mas sem pôr em causa a prestação de cuidados de saúde. Na nossa região já temos há muitos anos limitações nos cuidados de saúde, nomeadamente com a falta de médicos de família, listas de espera dos hospitais… mas o que queremos é que no futuro não haja interferência na parte assistencial dessas restrições financeiras. Isso para nós é a parte fundamental porque podemos fazer cortes em alguns setores, mas não no setor que se prende com a parte assistencial.
JA – Nos últimos anos tem sido defendido que, por via da adoção de cirurgias em ambulatório, houve uma diminuição da falta de camas hospitalares. Contudo, tem vindo a público dizer que a região tem falta de camas. Ao mesmo tempo, o projeto do Hospital Central não tem qualquer acréscimo de camas hospitalares. Na sua opinião, o projeto deveria ser alterado?
MdS – Existem claramente duas vertentes: a de substituição que é a que não perfilho e que consiste na deslocação das camas do centro da cidade de Faro para o Parque das Cidades. Aquilo que defende é a manutenção das duas estruturas, ou seja, a atual estrutura do Hospital de Faro e o futuro Hospital Central. Isso faria com que a região tivesse um número de camas suficiente, ou quase suficiente, para as necessidades da região. Importa não esquecer que a região tem características muito específicas até porque nunca podemos dizer com um grau de certeza muito elevado qual é a população residente em determinado momento. Contudo, existe uma média aproximada e mediante isso teríamos um número de camas hospitalares relativamente adequado à região. A questão aqui é não fazer um hospital de substituição mas sim um hospital com um grau de diferenciação consideravelmente maior, mantendo a estrutura que existe neste momento e que por razões estruturais e de localização não pode ser ampliada.
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