Corredores aéreos: AHETA diz que retirada é “uma profunda desilusão” e decisão “altamente lesiva”

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A retirada de Portugal do corredor aéreo com o Reino Unido é “uma profunda desilusão” e uma decisão “altamente lesiva” para a economia do Algarve e de Portugal, disse o presidente da principal associação hoteleira do Algarve.

O presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, comentou assim a decisão do Reino Unido de repor a obrigatoriedade de cumprir uma quarentena a quem chega a território britânico proveniente de Portugal e considerou que, para esta decisão ter acontecido, “alguém não está a fazer o seu trabalho”, numa referência aos “responsáveis pela governação”.

“É uma profunda desilusão. Tratou-se de uma decisão de alguma forma esperada face ao aumento muito significativo do número de pessoas infetadas no resto do país, isto quer dizer que alguém não está a fazer bem o seu trabalho de casa e o Algarve está a apanhar por tabela face ao enorme aumento do número de infetados que se verifica no resto do país”, afirmou Elidérico Viegas à agência Lusa.

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O presidente da AHETA considerou que “a região, que tem ficado praticamente à margem da pandemia desde o início de março”, agora é “penalizada, mais uma vez, pela situação que o país atravessa” com um aumento do número de pessoas afetadas pela pandemia de covid-19.

“Alguém não está a fazer bem o trabalho que lhe compete no sentido de diferenciar, à semelhança do que acontece com outros destinos, as regiões turísticas onde a pandemia tem tido um impacto muito baixo. Há destinos nossos concorrentes onde essa situação se tem verificado e, infelizmente, não está a ser feito no nosso país com o sucesso que seria necessário e desejável”, disse ainda o presidente da AHETA, dando o exemplo da Grécia.

Elidérico Viegas considerou que o Algarve poderia continuar no corredor aéreo, como aconteceu com a Madeira e os Açores, e isso não aconteceu porque “quem tem responsabilidades nestas áreas, designadamente ao nível dos mais altos responsáveis da Governação – que são quem, obviamente, em primeira análise, tem essa responsabilidade, não fez o seu trabalho”.

O dirigente associativo qualificou a decisão como “uma marcha-atrás muito preocupante”, recordou que Portugal só esteve “20 dias, não chegou a um mês, no corredor aéreo”, e que agora volta-se a “pôr em causa a recuperação e a retoma do golfe na estação baixa” e as “ocupações nos meses de setembro e outubro, os últimos meses da época turística”.

“Isto é altamente prejudicial e lesivo dos interesses empresariais, mas deve também ser entendido como muito lesivo para economia de toda região e, em última análise, para a economia do país”, afirmou.

O Governo britânico anunciou hoje a retirada de Portugal da lista de países seguros, com exceção das regiões da Madeira e Açores, e a partir de sábado obriga a cumprir uma quarentena de duas semanas ao chegar ao Reino Unido. 

“Através de informação aperfeiçoada, agora temos a capacidade de avaliar ilhas separadas dos seus países continentais. Se chegar a Inglaterra vindo dos Açores ou Madeira, não precisará de se isolar por 14 dias”, escreveu o ministro dos Transportes, Grant Shapps, na rede social Twitter.

De acordo com o ministro, a medida, que também afeta a Hungria, Polinésia Francesa e ilha da Reunião, entra em vigor às 04:00 de sábado em Inglaterra. 

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