Menos gente a trabalhar nos hospitais, mas a receber mais, e medicamentos mais baratos conseguidos quando as contas com a indústria estiverem saldadas são receitas do ex-ministro Correia de Campos para reduzir a despesa na saúde.
“Com menos gente, mas a receber mais, podemos estar melhor”, disse à gência Lusa António Correia de Campos, para quem “nos hospitais das grandes cidades há gente a mais”.
Nesses casos, adiantou, “não lhes podemos pagar como devemos”, sublinhou.
A despesa com os recursos humanos é, para o eurodeputado socialista, uma das principais fontes de despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a par com os medicamentos.
Para reduzir a despesa com os recursos humanos, Correia de Campos defende a criação de um mecanismo de pagamento por incentivos, “tal como aconteceu com a reforma nos cuidados de saúde primários”.
“Claro que não se pode começar no próximo mês a fazer poupanças, mudando o sistema”, mas “é um caminho”, disse.
Em relação aos recursos farmacêuticos, Correia de Campos reiterou as críticas à existência de dívidas dos hospitais à indústria.
“Há muito desperdício e muitas formas de conseguir poupar dinheiro” nessa área, disse.
Para tal, “é essencial que os hospitais não considerem o atraso das dívidas à indústria como uma almofada de segurança financeira”.
“Os hospitais têm de pagar à indústria a tempo e horas, só assim ficam em condições de exigir preços mais confortáveis e gastar menos”, frisou.
Correia de Campos defende ainda a existência de comissões de terapêutica fortes que “separem, na entrada dos produtos na via hospitalar, o que é inovação autêntica do que é pretensa inovação e não essencial”.
JA/Lusa