O Algarve terá dois hospitais de campanha em Faro e Portimão e mais de duas mil camas para reforçar o combate à pandemia de COVID-19, revelaram hoje as autoridades de Saúde e Proteção Civil.
Os hospitais de campanha estão a ser preparados e vão ficar situados no Pavilhão Desportivo da Penha, em Faro, e no Portimão Arena, em Portimão, “com capacidade para 80 a 100 pessoas”, segundo o comandante operacional distrital da Proteção Civil, Vítor Vaz Pinto, citado pela agência Lusa.
Além das camas destes hospitais de campanha, a maioria delas será destinada a doentes ligeiros, sendo que 1120 estão distribuídas por pavilhões e escolas: 50 no Pavilhão do Farense, que funcionará como retaguarda ao Hospital de Faro, e ainda 680 em hotéis da região.
A unidade do Pavilhão do Farense funcionará como uma zona de apoio ao hospital de Faro, “caso venha a ser necessário”, com técnicos de saúde e cuidados médicos, acrescentou o comandante, durante uma conferência de imprensa da comissão Distrital de Proteção Civil de Faro, realizada em Loulé.
Ao todo, “são 1.120 camas, distribuídas por 46 localizações nos 16 municípios algarvios”, entre escolas e pavilhões, para albergar doentes com COVID-19 sem necessidade de cuidados médicos e que após a alta “não possam regressar a casa, quer pela sua condição, ou devido à existência de familiares com os quais não possam coabitar”, adiantou Vítor Vaz Pinto.
Foi também criada uma rede de apoio às populações “validada pela autoridade de saúde”, no caso de ser necessário “isolar pessoas” contaminadas, que as autoridades gostariam “que não tivesse de ser utilizada”, admitiu.
Segundo o presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS), também presente na conferência de Imprensa, “25 doentes estão internados nos dois hospitais, com 10 a necessitarem de cuidados intensivos, existindo “16 profissionais de saúde infetados, mas sem necessitar de cuidados intensivos”.
Paulo Morgado esclareceu que foram “criados circuitos dedicados para os doentes COVID-19 nos dois hospitais da região” com Faro a ter a capacidade para “70 a 80 camas e Portimão com um piso dedicado a esta patologia”.
“Caso haja uma situação de saturação nos dois hospitais, de Faro e Portimão, o hospital de Faro ficará dedicado a combater a COVID-19”, referiu.
Para garantir a assistência a todos os doentes “foi feita a articulação com as unidades privadas de saúde da região para o tratamento de doentes” que não estejam infetados com COVID-19.
Questionado pelos jornalistas sobre a capacidade atual dos hospitais algarvios no atendimento a doentes sem COVID-19, Paulo Morgado destacou os dois circuitos montados “que separam os utentes”, notando que os episódios de urgência baixaram “em alguns casos 50%”, o que permite prestar um melhor serviço.
