O Algarve é a região portuguesa onde o desemprego mais cresceu em março, ao disparar 41% em relação a fevereiro, anunciou hoje o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), que aponta o enorme retrocesso turístico das últimas semas como o grande causador da subida repentina do desemprego na região.
No todo nacional, o número de desempregados inscritos nos serviços de emprego subiu quase 9% em março em relação ao mês anterior.
De acordo com o IEFP, o universo de desempregados cresceu em mais de 28 mil pessoas entre o segundo e o terceiro mês do ano.
“No fim do mês de março de 2020, estavam registados, nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas, 343.761 indivíduos desempregados, número que representa 70,9% de um total de 485.190 pedidos de emprego. O total de desempregados registados no País foi superior ao verificado no mesmo mês de 2019 (mais 9.985; mais 3,0%) e também face ao mês anterior (mais 28.199; mais 8,9%)”, lê-se na nota estatística divulgada esta segunda-feira.
O gabinete de Ana Mendes Godinho detalha ainda que só no continente (isto é, excluindo as regiões autónomas), o número de desempregados inscritos no IEFP subiu para 321.164, mais 9,6% em comparação com fevereiro e mais 3,7% em comparação com março de 2019.
A pandemia de coronavírus colocou, assim, um travão à tendência de melhoria do mercado de trabalho em Portugal, tendo sido o Turismo um dos setores mais afetados. Por isso mesmo, na análise regional, o Algarve destaca-se com um aumento do número de desempregados de 41,4%, em termos homólogos. Em contraponto, nos Açores ainda foi possível registar um recuo do número de desempregados: menos 8,8% do que no mesmo mês de 2019.
O IEFP adianta, por outro lado, que foi no setor do alojamento, restauração e similares que se verificou o maior aumento em termos homólogos (17,9%), seguido do setor das atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (10,3%) e dos transportes e armazenagem (9,4%).
De acordo com os dados disponibilizados pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP), nos primeiros 16 dias de abril, o total de desemprego registado pelo IEFP já subiu em mais de 40 mil pessoas para 361.669. Estes dados dizem respeito apenas ao continente.